As discussões para manter o arcabouço fiscal do governo Lula seguiram ao longo da semana e, nesta quinta-feira, os ministros da Fazenda e do Planejamento, Fernando Haddad e Simone Tebet, conseguiram chegar a um cálculo de contenção de R$ 15 bilhões do Orçamento, sem afetar os programas sociais.
Isso porque a bandeira era inegociável por Lula: em meio às grandes pressões de representantes financeiros e do mercado, poderia haver meta fiscal e arcabouço, mas sem afetar os investimentos públicos em programas sociais.
A fala foi enfatizada pelo presidente desde o início do ano, em embates que envolveram outra discussão econômica – a da alta taxa de juros básico, definido pelo Banco Central, com o atual presidente Roberto Campos Neto.
Do lado dos representantes financeiros, contudo, esse embate foi visto como uma oposição do presidente Lula a atender à responsabilidade fiscal, o que foi confrontada também pelo líder político.
O presidente Lula comprometeu-se a manter o arcabouço fiscal, afirmando que “nós vamos fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Nós vamos criar um país com estabilidade jurídica. Nós vamos criar um país com estabilidade fiscal, com estabilidade econômica, com estabilidade social”.
A equipe econômica do governo avançou, nesta semana, com as tratativas do arcabouço e os ministros Haddad e Tebet teriam convencido o presidente Lula a um corte de R$ 15 bilhões.
A proposta de contenção de R$ 15 bilhões prevê um bloqueio de R$ 11,2 bilhões e contingenciamento de R$ 3,8 bilhões, e será detalhada na próxima segunda-feira pelo governo.