Semanas após a divulgação de áudios em que afirmava ter relações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o presidente do PRTB, Pablo Marçal, é alvo, agora, de denúncia sobre ameaças de morte, fraude e coação em meio à disputa pelo comando do partido.
A informação foi apresentada pelo blog da jornalista Daniela Lima, no site G1. A publicação teve acesso a registros de boletim de ocorrência e à declaração feita em cartório pela ex-vice-presidente do partido, Rachel Carvalho, que afirma ter sido uma das vítimas das ameaças, junto a outras pessoas que atuavam na cúpula da legenda.
Carvalho afirma que antigos integrantes do partido foram coagidos a deixar os cargos que ocupavam para abrir espaço para o grupo de Avalanche. Insinuações sobre “frequentar mais o cemitério” e “se despedir de seus familiares” são citadas nos documentos aos quais a jornalista teve acesso.
Ainda de acordo com o G1, o caso foi levado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 19 de julho, em processo que corre sob sigilo. Os documentos citados foram anexados ao processo, assim como conversas por WhatsApp em que há outras supostas ameaças.
Rachel Carvalho tenta, junto ao Tribunal, retomar o controle do partido que está nas mãos de Avalanche, alegando que seu grupo se desfiliou somente por conta das ameaças. A ex-dirigente integra os quadros da legenda há anos, e atuou com Levy Fidelix, fundador do PRTB, que morreu em 2021.
Outro lado
Ao site, a defesa de Leonardo Avalanche afirma que as acusações feitas por Raquel Carvalho não têm “provas concretas”, e que, na ação, ela tenta “invalidar um ato [de desfiliação] que foi realizado de forma voluntária e consciente”.
“As alegações vazias e destituídas de elementos probatórios não podem ser utilizadas para desconstituir a validade de um ato jurídico perfeito, especialmente quando esse ato foi realizado de forma regular e sem qualquer indício de irregularidade. Assim, deve-se rejeitar essa acusação por falta de provas”, prossegue a defesa.