A vida do magnata extremista de direita, Elon Musk, não tem sido fácil desde que resolveu fazer parte do governo de Donald Trump e estabelecer uma severa política de destruição dos serviços públicos e assumir posições ainda mais radicais. Nos últimos meses, uma onda de ataques à sua empresa de carros elétricos, a Tesla, vem ocorrendo nos EUA e as ações da empresa têm caído sensivelmente.
Nesta semana, foi a vez de Las Vegas, onde ao menos cinco veículos foram danificados após serem incendiados em concessionária da Tesla, com ao menos dois completamente destruídos. Na porta do estabelecimento, foi encontrada a pichação “Resist” (resistir).
Em outras manifestações, que vêm ocorrendo desde o começo do ano em diferentes localidades, a palavra “Nazi” e a expressão “No Musk” — ao lado de um desenho semelhante a uma suástica — apareceram escritas com spray em uma concessionária em Loveland e em Maryland, respectivamente.
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Supercarregadores dos carros da Tesla também foram incendiados em Littleton e um homem disparou contra uma vitrine da empresa em Salem, em fevereiro. As informações são do jornal The Washington Post.
Ao todo, mais de uma dezena de atos como esses foram registrados nos últimos meses em instalações da empresa. Nesta quinta-feira (20), a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, apresentou acusações contra três pessoas que teriam sido responsáveis por alguns desses atos.
Também houve protestos pacíficos em concessionárias da Tesla tanto na América do Norte quanto na Europa.
Com sua habitual postura arrogante e alheia ao descontentamento que sua atuação política causa — seja via X, seja por suas falas e ações no Departamento de Eficiência Governamental (Doge) —, Musk aproveitou a oportunidade para atacar os que se opõem à sua visão atrasada de mundo.
Ele usou sua rede social para dizer que “pelo menos parte disso é organizado e pago por organizações de esquerda, financiadas por bilionários de esquerda, essencialmente” — seja lá o que signifique ser um “bilionário de esquerda”.
Segundo reportagem do mesmo jornal estadunidense, “Ross Gerber, um investidor de longa data da Tesla e crítico de Musk, disse que os relatos de destruição contra vitrines, carros e supercarregadores da Tesla podem criar um ‘efeito de intimidação’. Os clientes ‘podem não querer se associar…com Elon e lidar com o vandalismo’”.
Tesla ladeira abaixo
Junto com a onda da ataques, a empresa também vem amargando sucessivas quedas em suas ações. Nesta semana, as cotações caíram 6%. Somente neste ano, a perda acumulada é de 38%, “pior desempenho entre as 500 empresas listadas no S&P 500”, segundo a Forbes. A sigla significa Standard & Poor’s 500, índice composto por ativos (ou ações) de 500 empresas de capital aberto negociadas nas bolsas de valores dos EUA.
Entre os fatores associados a esse resultado estão, segundo a revista, “o envolvimento crescente de Musk com a Casa Branca e as dúvidas sobre a reputação global da marca”. Soma-se a isso a concorrência na China, mercado que representou 21% das vendas da Tesla em 2024.
No país asiático, segundo a publicação, “as vendas da Tesla despencaram 49%, ao passo que as vendas de veículos elétricos no país aumentaram 85%. Já na Alemanha, as vendas da Tesla desabaram 76%, enquanto o mercado de veículos elétricos no país expandiu 31%”.
Cabe destacar que embora a Tesla ainda possa figurar na dianteira entre as montadoras de carros elétricos, a chinesa BYD aparece logo atrás, com pouca diferença em relação à principal concorrente. Conforme noticiado no final de 2024, a primeira vendeu 1,293 milhão de unidades, contra 1,169 milhão da segunda.
Para piorar a vida da Tesla, nesta semana a BYD comunicou que está trabalhando em um novo sistema capaz de recarregar os veículos em 1/3 do tempo do gasto pelos carregadores atuais, enquanto a Zeekr, também chinesa, anunciou que oferecerá gratuitamente seu sistema de direção autônoma na China.
Com agências