
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) tentaram costurar com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um acordo antes do julgamento: um ano de prisão domiciliar para o ex-presidente, com manutenção da inelegibilidade, além de penas mais brandas ao núcleo da trama. Porém, segundo informações do colunista Lauro Jardim, do Globo, as conversas esfriaram e não avançaram.
Paralelo a isso, no governo e no STF, a avaliação é que o processo pode levar a novas sanções dos Estados Unidos, o que ampliaria a tensão política. Há temor de que medidas sejam estendidas a outros ministros, mas a Corte afirma que isso não mudará o curso do julgamento.
A decisão recente de Flávio Dino reforçou que ordens judiciais ou executivas estrangeiras só valem no Brasil após confirmação do Supremo. O recado foi lido como sinal às instituições financeiras diante de restrições ligadas à Lei Magnitsky.

O cenário pesou no mercado, com queda de ações bancárias e alta do dólar, enquanto o Planalto diz não poder interferir nas decisões da Suprema Corte.
Gleisi Hoffmann defendeu o ministro: “Dino agiu em legítima defesa do Brasil” e afirmou que “a especulação com o valor das ações dos bancos é mais uma parcela do Custo Bolsonaro, que recai sobre o país desde que ele se aliou a Trump para fugir do julgamento por seus crimes”.
Alexandre de Moraes segue como alvo direto das sanções após ter um cartão internacional bloqueado no Brasil, e há receio de ampliação das medidas a outros membros do tribunal e familiares.