Um acidente fatal no Metrô de São Paulo voltou a escancarar a cara mais feia da privatização: o risco para a vida dos usuários. Nesta terça-feira (6), um homem morreu prensado entre o trem lotado e a porta de segurança, na Linha Lilás, administrada pela ViaMobilidade.

Movida pela ganância e o lucro, a concessionária colocou o trem ainda sujo de sangue para circular minutos depois, uma prova que o descaso com a vida da população é comum e faz parte do projeto dos grandes empresários do transporte.

A lógica das empresas privadas é reduzir a segurança cada vez mais”, explica Altino Prazeres, metroviário e integrante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas. “A Linha 4 (Amarela), por exemplo, anda sem operador de trem”.

Infelizmente, neste cenário de precarização em nome do lucro, haverá mais tragédias. O transporte deveria ser um direito, com a tarifa zero, mas também com segurança. Isso significa que, ao invés de dar dinheiro para as grandes empresas como a CCR, deveria ter investimento em um Metrô de mais qualidade e mais segurança”, conclui Altino.

Em uma publicação nas redes sociais o Movimento Passe Livre também denunciou as condições de transporte privado em São Paulo e exigiu o rompimento do contrato do Estado com a Via Mobilidade.

O encerramento do contrato também já foi sugerido pelo Ministério Público de São Paulo, em 2023, devido à recorrência dos acidentes nas linhas administradas pela Via Mobilidade, nos últimos anos.

Na época, o governador bolsonarista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desdenhou do pedido do órgão público, afirmando: “No dia que você permitir que o Ministério Público governe o estado, você está morto”.

A morte citada por Tarcísio infelizmente é algo que esteve presente nos trilhos administrados pela ViaMobilidade. Além da tragédia desta terça, em 2022, um funcionário da manutenção também morreu devido a uma descarga elétrica.

Os acidentes também são incontáveis. Em 2022, um trem bateu na barreira de contenção da Estação Júlio Prestes. Já em 2023, um trem descarrilou próximo a Estação Lapa e teve sua cabine inundada pela água da chuva.

Também há pelo menos dois casos graves de incêndios. Duas ocorrências deste tipo foram registradas em 2022 e uma em 2023. Os casos obrigaram que uma multidão andasse pelos trilhos para fugir do perigo.

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Last Update: 06/05/2025