O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou nesta terça-feira (24) que recebeu do general Braga Netto R$ 100 mil numa sacola de vinho para o financiamento da operação de golpe de Estado.
Na acareação feita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando os dois ficaram frente a frente, o ex-ajudante também disse que o plano – Punhal Verde Amarelo – para assinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckimin e o ministro da Corte Alexandre de Moraes foi discutido na casa do general.
Por determinação de Moraes, a careação foi fechada ao público e imprensa. Ao deixar o prédio, o advogado José Luis Oliveira Lima, que defende o general, disse que Braga Netto chamou o tenente de “mentiroso”. Cid teria ficado calado.
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“Cid fala a verdade! Não mente”, rebateu o advogado Cezar Bitencourt, que defende Cid.
Da acareação, que foi conduzida por Moraes, relator da ação penal, participaram o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O segundo procedimento foi entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e réu, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, testemunha na ação.
“A acareação é um procedimento em que as pessoas envolvidas apresentam sua versão dos fatos frente a frente, com o objetivo de apurar a verdade. Conforme o ministro, nas acareações, assim como nos interrogatórios, o réu não tem o compromisso de dizer a verdade, mas a testemunha sim”, diz nota do STF.