Nos últimos dias, o conflito entre o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o Banco Central, comandado pelo conservador Roberto Campos Neto, voltou às manchetes da imprensa. Enquanto se aproxima o momento em que Lula pode indicar o novo presidente da instituição controlada pelo setor financeiro, cresce a desconfiança da elite econômica em relação ao governo do Partido dos Trabalhadores. Nessas circunstâncias, um novo choque entre Lula e Campos Neto seria inevitável.

Já era público que Campos Neto sabotava o governo Lula e, consequentemente, o próprio país. Contrariando todas as opiniões razoáveis sobre a política monetária brasileira, o presidente do Banco Central lutou para impedir a redução da taxa de juros. Isso é, colocou um obstáculo significativo no desenvolvimento da economia, tendo sido diretamente responsável pela manutenção de altos índices de desemprego e mesmo pela fome. Em nome da oposição a um governo que seus patrões banqueiros não gostam e da oposição à política chamada de “desenvolvimentista”, Campos Neto não teve pudores em pôr um peso imenso sobre a economia brasileira.

A sabotagem da vez, no entanto, pode ser ainda mais escandalosa. De maneira proposital, Campos Neto assistiu de braços cruzados a uma disparada do dólar, que chegou a valer R$5,66. Mesmo diante de um verdadeiro desastre cambial dessa natureza, o presidente do Banco Central não agiu. O motivo? Simples: Campos Neto está em seu cargo para garantir que o governo Lula fracasse.

Consciente do problema, o próprio presidente brasileiro foi a público criticar Campos Neto. Em reação, o dólar aumentou ainda mais, causando uma verdadeira histeria entre os especuladores.

A crítica à conduta lesa-pátria de Campos Neto, contudo, não é suficiente. É preciso dizer claramente: o Banco Central não deve ser “independente”. Banco Central “independente” é independente apenas do governo, quando este é um governo popular. Trata-se de um governo completamente dependente do grande capital.

A insistência de Campos Neto em sabotar o governo, por sua vez, é também indício de outro problema político de grande envergadura. Ele mostra que a elite econômica está cada vez mais ousada nas sabotagens contra o governo. A sabotagem é cada vez mais aberta e catastrófica. Após questões como o Projeto de Lei do Aborto, a revolta contra a Medida Provisória 1.227 e o boicote ao leilão do arroz, a sabotagem de Campos Neto aparece como mais um indício de que a elite econômica se prepara para uma ofensiva ainda maior contra o governo.

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Última Atualização: 03/07/2024