A Meta, empresa responsável por redes sociais como Facebook e Instagram, está no centro de uma nova polêmica. O advogado Mark Lemley, renomado professor da Universidade de Stanford, anunciou sua saída como representante da companhia em um caso de propriedade intelectual. A decisão foi motivada pela recente guinada à extrema-direita de Mark Zuckerberg nos controles de conteúdo e por declarações polêmicas do CEO.
Na semana passada, Zuckerberg afirmou no podcast de Joe Rogan que as empresas de tecnologia precisavam de mais “energia masculina”. A fala gerou críticas imediatas, e Lemley, segundo Jamil Chade, do Uol, não poupou palavras, acusando o executivo de “abraçar a masculinidade tóxica e a loucura neonazista”.
As declarações de Zuckerberg refletem uma transformação mais ampla na cultura corporativa da Meta. A empresa, que já havia tomado decisões firmes contra a desinformação e discursos de ódio, como a suspensão das contas de Donald Trump em 2021 após o ataque ao Capitólio, agora parece reavaliar seu posicionamento.
Após as contas de Trump terem sido restauradas, a relação entre a Meta e o ex-presidente passou por altos e baixos. Em 2024, Trump ameaçou Zuckerberg com “prisão perpétua”, acusando-o de viés contra sua campanha de reeleição em 2020. No entanto, após sua vitória nas eleições, a Meta doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump.
Neste ano, a empresa deu mais um passo controverso ao convidar Dana White, presidente do UFC e aliado de Trump, para integrar seu conselho. Além disso, a saída de Nick Clegg, então diretor de assuntos globais, marcou outra mudança significativa. Ele foi substituído por Joel Kaplan, republicano conhecido por criticar supressões de vozes conservadoras nas plataformas digitais.
Especialistas avaliam que as recentes decisões da Meta podem ter impactos duradouros em sua reputação. “A guinada da empresa para alinhar-se com pautas de direita pode alienar usuários e investidores que esperam moderação e compromisso com valores democráticos”, comentou um analista de tecnologia.
Veja a nota de Lemley na íntegra:
Tenho lutado para saber como reagir à queda de Mark Zuckerberg e do Facebook na masculinidade tóxica e na loucura neonazista. Embora tenha pensado em sair do Facebook, considero de grande valor as conexões e os amigos que tenho aqui, e não parece justo que eu perca isso porque Zuckerberg está tendo uma crise de meia-idade. Refletindo sobre isso, decidi ficar, embora provavelmente vá me envolver um pouco menos do que o normal. Mas estou fazendo as três coisas a seguir:
O Bluesky é uma excelente alternativa ao Twitter, e a última coisa de que preciso é apoiar um site semelhante ao Twitter administrado por um aspirante a Musk.
2. Não comprarei mais nada dos anúncios que vejo no Facebook ou no Instagram. O algoritmo deles tem meu número, e eu compro regularmente o que eles me mostram. Mas, no futuro, mesmo que eu queira algo, irei separadamente ao site para garantir que o Facebook não receba nenhum crédito pela compra.
3. Eu demiti a Meta como cliente. Embora eu ache que eles estão do lado certo na disputa de direitos autorais da IA na qual eu os representei, e espero que eles ganhem, não posso mais, em sã consciência, atuar como seu advogado.
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