O delegado federal João Silva (PL), ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) e pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, irá prestar depoimento nesta quarta-feira (17) na Polícia Federal (PF), no Centro do Rio de Janeiro. Com informações do G1.
O depoimento é parte da operação Última Milha, iniciada em 11 de julho, que desde 2023 investiga o uso supostamente ilegal de sistemas para espionar autoridades e adversários políticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a chamada “Abin Paralela”.
Silva, então diretor da Abin durante a gestão bolsonarista, é apontado como responsável por gravar uma reunião que incluiu o ex-capitão entre os participantes, onde se discutiu o uso de órgãos públicos para obstruir investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PL).
Outro ponto que será abordado no depoimento desta quarta-feira é o possível encontro não oficial entre Silva e o atual diretor da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa. Informações indicam que esse encontro “secreto” teria ocorrido nas instalações da Abin em junho do ano passado.
Na segunda-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo de uma gravação feita por Silva de uma reunião com a presença de Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, e das advogadas de Flávio Bolsonaro.
De acordo com as investigações, nessa reunião, realizada em 25 de agosto de 2020, o grupo discutiu maneiras de utilizar órgãos oficiais para reverter a investigação contra o filho “01” do ex-presidente, que na época estava sendo investigado por suspeita de rachadinha.
Vale destacar que os servidores da Receita Federal identificaram movimentações financeiras do senador que eram incompatíveis com sua renda, baseando-se em relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Na reunião gravada, os participantes buscaram estratégias para desacreditar essas investigações utilizando órgãos do governo, conforme a Polícia Federal (PF). No entanto, todos os envolvidos na reunião negam ter cometido qualquer irregularidade.