O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), disse que o uso da Abin para monitorar os opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL) demonstra que “o aparato democrático foi rompido” na gestão anterior.

As declarações do senador são após a Polícia Federal deflagrar a quarta fase da Operação Última Milha, que investiga o uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, para um suposto esquema de monitoramento ilegal.

Entre as autoridades monitoradas estão o próprio senador Randolfe, que era vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Além de ministros do Supremo Tribunal Federal e jornalistas.

“A revelação do relatório só dá conta a democracia brasileira não esteve somente sob ameaça no período anterior, mas o aparato democrático foi rompido. O aparelho do estado foi usado para monitorar cidadãos e para tentar intimidar a oposição ao regime anterior”, disse.

Ainda segundo o senador, caso o governo tivesse continuado em um segundo mandato, representaria a ruptura em definitivo da democracia brasileira. “Enquanto brasileiros estavam morrendo, o governo se dedicava a usar o aparato da União contra os opositores e aqueles que defendiam a vacina”, afirmou.

A investigação da PF já identificou, entre outras, o monitoramento das seguintes pessoas:

  • os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux;
  • os deputados Arthur Lira, Rodrigo Maia, Kim Kataguiri e Joice Hasselmann;
  • os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues;
  • o ex-governador de São Paulo João Doria;
  • os jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.

A Polícia Federal cumpre, nesta fase, cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo.

São alvos dos mandados de prisão e de busca e apreensão:

  • Mateus de Carvalho Sposito;
  • Richards Dyer Pozzer;
  • Rogério Beraldo de Almeida;
  • Marcelo Araújo Bormevet;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues;
  • José Matheus Sales Gomes;
  • Daniel Ribeiro Lemos.

Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.

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Última Atualização: 11/07/2024