O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Castro, se manifestou sobre a investigação da Polícia Federal sobre o esquema de espionagem ilegal da Abin do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para ele, não há nenhuma surpresa nas informações reveladas e sempre foi de conhecimento público que esse é o modus operandi desta organização criminosa que chegou ao poder. O governo Bolsonaro sempre foi lastreado na estratégia deliberada das fake news. Ele avalia que o uso de informações obtidas de maneira criminosa sempre foi o modus operandi desta organização criminosa que chegou ao poder, em boa parte exatamente por este uso inescrupuloso e pelas mentiras usadas sem nenhum pudor.
Castro, que é crítico do clã Bolsonaro e da extrema-direita, ironiza o fato de não ter sido incluído na lista de alvos espionados pela Abin: “Penso ser o caso de propor uma indenização por dano moral”. Leia a manifestação na íntegra:
Com a retirada do sigilo da investigação que revelou os crimes cometidos pelo grupo do Bolsonaro na “Abin Paralela”, algumas questões sérias estão sendo levantadas. Não há nenhuma surpresa na revelação no sentido de que o gabinete do ódio, coordenado pela família do ex-presidente e por alguns asseclas, monitorava e perseguia adversários políticos, jornalistas, intelectuais. Este é um fato que todos nós tínhamos conhecimento.
O uso de informações obtidas de maneira criminosa sempre foi o modus operandi desta organização criminosa que chegou ao poder, em boa parte exatamente por este uso inescrupuloso e pelas mentiras usadas sem nenhum pudor. O governo Bolsonaro sempre foi lastreado na estratégia deliberada das fake news. Não há nenhuma novidade.
O que a Polícia Federal tem que vir a público explicar é a ausência de alguns nomes, que historicamente combateram estes crápulas, na lista dos grampeados e perseguidos pela organização criminosa. Sinto que o fato do meu nome não estar nesta lista é um sinal grave de desprestígio e só posso imaginar que houve manipulação. Não estar nesta lista é uma mancha na minha vida contra o árbitro e o fascismo.
Terei que peticionar para ter acesso a todos os que foram investigados e, se meu nome não constar na lista, penso ser o caso de propor uma indenização por dano moral.
Castro
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