Desde 5 de dezembro de 2024, a cidade de Jenin, na Cisjordânia, vem sendo duramente atacada, porém não por “Israel”, mas pela Autoridade Palestina (AP). Em apoio à ditadura sionista, a entidade liderada pelo criminoso Mahmoud Abbas lançou uma ampla campanha de cerco contra a cidade, atacando seus habitantes e o campo de refugiados local, além de toda a região norte da Cisjordânia, em combates travados contra a militância da Resistência Palestina na Cisjordânia.

Na última terça-feira (21), o cerco de 48 dias à cidade feito pela AP foi concluído, com a corrupta organização se retirando da cidade e do campo de refugiados de forma coordenada com a entrada de veículos militares da ditadura sionista. A transição ocorrida, com a substituição de uma ocupação por outra, mostra até onde vai a colaboração entre a AP e “Israel”, evidenciado pela retirada sincronizada das forças das Forças de Segurança (controladas pela AP) com a chegada dos militares sionistas.

Imagens mostram veículos da AP cruzando diretamente com os da ditadura sionista em frente à sede da AP em Jenin. Durante o cerco, a AP admitiu ter assassinado três combatentes da resistência, detido 247 pessoas – incluindo 41 feridos a tiros -, desativado 17 carros-bomba e desmantelado três fábricas de explosivos.

Além disso, as forças da AP confiscaram armas e suprimentos de 16 depósitos, ações que, segundo a própria ocupação, prepararam o terreno para a operação militar em grande escala de “Israel”. Esses fatos ilustram como a Autoridade Palestina atua como uma extensão do aparato repressivo da ditadura sionista, sob o pretexto de “cooperação de segurança”, para esmagar a resistência na Cisjordânia.

O massacre em Jenin feito pela AP e, agora, diretamente pelas forças de “Israel”, ocorre em um momento de tensão cada vez maior, com o governo Netaniahu intensificando os ataques na Cisjordânia, usando o território como disfarce para a derrota histórica sofrida em Gaza. Assentamentos ilegais continuam sendo construídos, expulsando famílias palestinas de suas terras e aumentando o número de confrontos.

Testemunhas relataram cenas de horror em Jenin. “As forças israelenses invadiram a área ao amanhecer, disparando contra qualquer movimento. Pessoas estavam dentro de suas casas e foram atingidas”, disse Ahmed al-Saadi, um morador local. Ambulâncias enfrentaram dificuldades para acessar os feridos devido aos bloqueios impostos pelo exército. Entre os palestinos assassinados estão dois adolescentes e uma mulher idosa, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Em declaração oficial, o primeiro-ministro Netaniahu defendeu a operação, afirmando que o Estado de “Israel” está comprometido em “garantir a segurança de seus cidadãos contra ameaças terroristas”. O porta-voz do exército de “Israel” afirmou que os alvos eram membros do grupo Jiade Islâmica, acusados de planejar ataques contra israelenses. Já o líder da Jiade Islâmica, Ziad al-Nakhala, condenou a operação como “mais uma demonstração da brutalidade de ‘Israel’” e prometeu que “a Resistência continuará até a libertação total da Palestina”.

A ONU convocou uma reunião de emergência para discutir a situação, mas, como de costume, não deve resultar em nada de positivo para os palestinos. O imperialismo continua a apoiar incondicionalmente “Israel”, com a recente aprovação de um pacote bilionário de ajuda militar, reforçando a aliança entre os dois países. Em visita à região, o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, reiterou o compromisso de seu país com a “segurança de Israel”.

A violência em Jenin é tanto fruto da subserviência da AP com os invasores da Palestina, como também uma necessidade da ditadura sionista, para tentar coibir que a vitória das forças revolucionárias em Gaza anime os também oprimidos palestinos da Cisjordânia. Mustafa Barghouti, cientista político palestino, destacou: “o governo Netaniahu usa essas operações para desviar a atenção de suas crises internas e consolidar apoio político entre os setores mais extremistas de sua base”.

Além das mortes e destruição imediata, a operação em Jenin agravou ainda mais a situação humanitária na Cisjordânia. Estruturas básicas, como escolas, hospitais e redes de energia, já debilitadas pela ocupação, enfrentam desafios adicionais após cada ataque. “Cada incursão israelense é uma ferida aberta na vida da população palestina. Não é apenas uma questão de segurança, mas de um projeto sistemático para desumanizar e deslocar todo um povo”, afirmou um representante do Crescente Vermelho Palestino.

Apesar da ofensiva da AP e do Estado nazista de “Israel”, a reação da Resistência, animada pelo cessar-fogo conquistado, tem demonstrado que o alcance da vitória do Hamas se estende para além da Faixa de Gaza. Sendo, acima de tudo, uma demonstração de que há, efetivamente, uma Revolução Palestina em marcha, abraçada por todo o povo palestino contra os sionistas, de “Israel” e da corrupta AP.

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Last Update: 23/01/2025