O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a autorização de operações secretas da CIA na Venezuela, no mesmo momento em que navios de guerra, um submarino nuclear e bombardeiros B-52 estão patrulhando o Caribe, sob o pretexto de combater o narcotráfico.
Desde o começo de setembro, tropas dos EUA já afundaram embarcações na região. Foram mais de vinte ataques que mataram mais de 80 pessoas, incluindo pescadores e outros, o que caracteriza crime de guerra contra embarcações desarmadas. Além disso, o imperialismo roubou uma embarcação petroleira sem qualquer motivo, o que configura um crime comum, um ato puro e simples de pirataria.
O verdadeiro motivo nada tem a ver com tráfico de drogas, mas sim visa a derrubada do governo de Nicolás Maduro e o controle do país que tem a maior reserva de petróleo certificada do mundo.
Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), o país vizinho tem reservas de 303,8 bilhões de barris de petróleo, enquanto as atuais reservas comprovadas do Brasil são de cerca de 12 bilhões de barris (16ª posição no mundo).
Ao mesmo tempo, passou a atacar o governo da Colômbia, acusando sem provas também o presidente Gustavo Petro de ser traficante.
Tudo feito em afronta à própria legislação internacional, que não reconhece o direito de que os EUA ou qualquer outro país invada e mate cidadãos de outros países com os quais sequer está em guerra.
Estas acusações ocultam o fato de que os EUA são o maior mercado consumidor de drogas do mundo e, portanto, a principal causa do tráfico de drogas mundial.
Fábrica de agressões
A história da CIA na América Latina é repleta de violência e manipulação para proteger interesses econômicos e políticos dos EUA.
Quase não há país no nosso continente em que a CIA já não tenha organizado golpes de Estado. No Brasil, isso já aconteceu, com êxito, em pelo menos quatro oportunidades: 1945, 1954,1964 e 2016, além de várias outras tentativas de golpe.
Além disso, o imperialismo, capitaneado pelos EUA, impõe os criminosos embargos e bloqueios contra países que se opõem à política do imperialismo, como Cuba, Venezuela e Nicarágua. A mesma política que é adotada contra outros países pobres que se opõem à política de dominação imperialista em todo o mundo, como Irã, Rússia, China etc.
Criminosos
Sobre a autorização de operações ilegais e terroristas da CIA na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro afirmou ser um ataque sem precedente:
“Eles sempre fizeram isso, mas nenhum governo anterior, desde que a CIA foi estabelecida, alguma vez disse publicamente que ordenou à CIA para matar, derrubar e destruir países”. Quanto ao assalto a mão armada do navio petroleiro, o presidente da Venezuela declarou: “ficaram finalmente expostas as verdadeiras razões da agressão prolongada contra a Venezuela. Não é a migração. Não é narcotráfico. Não é a democracia. Não são os direitos humanos. Sempre se tratou de nossas riquezas naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano.”
Mobilização nacional
Maduro convocou as milícias populares (com mais de 4,5 milhões de civis armados), está mobilizando mais 8 milhões de reservistas, abriu mais de mil postos de alistamento e vem realizando inúmeros atos massivos, levantando a população contra o imperialismo agressor.
Além disso, o presidente da Venezuela declarou: “temos mais de 237 mil comitês bolivarianos de base integral e 47 mil comandos bolivarianos de comunidade”.
E nós dissemos: é assim que se combate o imperialismo!
Os mesmos genocidas de Gaza
Trata-se claramente de uma política de saque, de colonialismo e roubo, que se intensifica por conta da brutal crise do imperialismo.
Para defender os lucros de um punhado de monopólios (bancos, indústrias de armas, do petróleo etc.), buscam impor ao mundo uma contraofensiva com guerras e golpes por todos os lados.
São os mesmos responsáveis, junto com o governo nazissionista de “Israel”, por despejarem mais de 100 mil toneladas de bombas em Gaza e matarem mais de 167 mil pessoas, segundo a ONU.
A ofensiva contra a Venezuela e a América Latina cresce no momento em que o imperialismo está sendo derrotado na Palestina, pela heroica Resistência liderada pelo Hamas, e na Ucrânia, pela guerra libertadora levada adiante pela Rússia.
Nosso dever: ganhar as ruas em defesa da Venezuela
O ataque à Venezuela é uma agressão do imperialismo, ou seja, da ditadura mundial, contra um povo oprimido. Além disso, não tenhamos ilusões, a agressão contra o país vizinho é um ataque à soberania de todos os países da região, em primeiro lugar o Brasil.
Para detê-lo, é necessária uma reação contundente das organizações de luta de toda a América Latina contra as ameaças e agressões do imperialismo.
Façamos como os venezuelanos.
É preciso convocar atos nas principais capitais, constituir Comitês de Luta e realizar uma campanha nacional de mobilização entre os trabalhadores e a juventude, nos locais de trabalho, estudo, moradia etc.
É necessário também exigir do governo Lula que rompa com a atual política de pseudo neutralidade, porque não há neutralidade possível numa luta entre um país oprimido e o imperialismo, e adote uma posição concreta de irrestrita solidariedade aos nossos irmãos venezuelanos.
A unidade dos povos oprimidos é uma arma fundamental para enfrentar e derrotar a ofensiva do imperialismo contra a Venezuela, o Brasil e toda a América Latina.
ABAIXO A AGRESSÃO IMPERIALISTA CONTRA A VENEZUELA
FORA O IMPERIALISMO DA AMÉRICA LATINA, DA PALESTINA E TODO APOIO À LUTA DOS POVOS PELA SUA LIBERTAÇÃO