É impressionante como a guerra cultural da ultradireita banalizou todo o processo de análise da mídia. Consistiu em desmoralizar todos os rituais que caracterizam a democracia. Quando Milei sapateia nas instituições, ou Bolsonaro tentava dar dimensão de briga de bar nos confrontos com outros poderes, o que se queria era a desmoralização de todos os rituais que caracterizam a democracia.
O efeito se vê agora, nesse oceano de pataquadas – à esquerda, à direita e, especialmente, na mídia – sobre a posição de Lula em relação a Venezuela. O que tem de colunista, militante, editorial, condenando Lula, simplesmente por ter se recusado a botar lenha na fogueira. Tratam uma questão diplomática sensível com o mesmo senso de quem aprecia uma briga de bar. É impressionante a banalização da análise, especialmente em temas de geopolítica. Não fica nada a dever a uma discussão entre torcidas de futebol.

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