José Raúl Mulino emitiu uma nota para responder Trump nesta segunda. Foto: reprodução

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, rebateu as declarações de Donald Trump sobre a possível retomada do Canal do Panamá pelos Estados Unidos. Em discurso de posse nesta segunda-feira (20), o político de extrema-direita afirmou que planeja “recuperar” o controle da via interoceânica, alegando que a China estaria operando o canal e que os EUA foram prejudicados na entrega do controle aos panamenhos em 1999.

“Devo rejeitar de maneira integral as palavras do presidente Donald Trump (…) o canal é e continuará sendo do Panamá”, publicou Mulino em sua conta oficial no X. Ele também destacou que a administração da via é realizada de forma soberana e neutra, sem qualquer interferência estrangeira.

A polêmica foi reacendida durante o discurso inaugural de Trump, no qual ele prometeu retomar o controle do canal, acusando as autoridades americanas que transferiram a administração da via de cometerem “um erro histórico”.

“A China está operando o Canal do Panamá e nós não o demos à China. Demos o canal ao Panamá e vamos recuperá-lo”, declarou Trump, sugerindo inclusive o uso da força, caso necessário.

Mulino rebateu as alegações do republicano, destacando que o canal é fruto de lutas populares e dos tratados Torrijos-Carter de 1977. Esses acordos, firmados entre o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, e o ditador panamenho Omar Torrijos, estabeleceram a devolução do controle do canal ao Panamá, concretizada em 31 de dezembro de 1999.

“O canal não foi uma concessão de ninguém. Foi conquistado pelo povo panamenho, e sua neutralidade está garantida pelo Direito Internacional”, enfatizou Mulino. Ele garantiu que o Panamá exercerá todos os seus direitos legais e diplomáticos para proteger a soberania sobre o canal.

Historicamente, o Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, após um acordo em 1903 que concedeu aos EUA o controle sobre a área.

Atualmente, o canal é uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, com cerca de 14 mil navios transitando anualmente. Os EUA e a China são seus principais usuários.

Trump já havia criticado anteriormente a devolução do canal ao Panamá, classificando-a como “um presente idiota”. Em dezembro, ele afirmou que a administração local estaria promovendo um “roubo” contra embarcações americanas, aumentando as tensões sobre o tema.

Mulino, por sua vez, reforçou que o canal permanecerá sob gestão panamenha, respeitando os compromissos de neutralidade e transparência que regem sua administração.

“Exerceremos o direito que nos protege, a base jurídica do tratado, a dignidade que nos distingue e a força que o Direito Internacional nos dá”, declarou.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 20/01/2025