A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal classificou como “inaceitáveis” as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma transmissão nas redes sociais no último domingo 20.

As afirmações do parlamentar de extrema-direita foram interpretadas como ameaças à PF. “Cachorrinho da PF que está me assistindo, deixa eu saber não. Se eu ficar sabendo quem é você… ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente…”, disse o filho “zero três” de Jair Bolsonaro (PL).

Shor é o delegado responsável por investigações que atingem Bolsonaro, inclusive a apuração sobre a trama golpista de 2022.

“Os delegados de Polícia Federal não se curvarão a pressões políticas, nem a narrativas que visam desmoralizar a missão de servir à sociedade, com base na legalidade e na verdade dos fatos”, sustentou a associação, em nota. “A ADPF permanecerá firme na defesa intransigente da instituição e de seus membros, que não se intimidarão diante de investidas autoritárias ou retóricas vazias.”

A entidade afirmou também que adotará medidas judiciais para responsabilizar aqueles “que atentam contra a honra e a independência funcional dos Delegados de Polícia Federal”.

Na segunda-feira 21, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que decrete a prisão preventiva de Eduardo. O argumento é que a conduta  pode configurar os crimes de coação no curso do processo e obstrução de justiça.

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Last Update: 22/07/2025