Em 2024, o governo federal, sob a coordenação da Casa de Governo, realizou mais de 3.488 operações em nove meses contra o garimpo ilegal na terra Ianomami. Foi realizada expulsão de garimpeiros, destruição da logística e assistência às comunidades indígenas. Houve uma redução de 96,3% na abertura de novos garimpos, comparada ao auge dessa prática em 2022. Ainda assim essa é uma medida paliativa que não resolverá de fato o problema dos índios.
O governo destaque qua as ações estratégicas desmantelaram a infraestrutura do garimpo ilegal, com a destruição de pistas clandestinas, motores e toneladas de materiais extraídos ilegalmente. Operações da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal apreenderam mais de 33 quilos de ouro e 226 quilos de mercúrio, além de interditarem postos de combustíveis e inutilizarem aeronaves utilizadas para transporte de insumos. O prejuízo acumulado para os garimpeiros chegou a R$ 267 milhões, enfraquecendo sua logística.
Mas a questão é, quando a polícia se retirar, quando a operação acabar os garimpeiros retornarão? E se a repressão for eterna a polícia não será corrompida e participará da atividade ilegal da mesma forma que do tráfico e do contrabando? Se o prejuízo dos garimpeiros está na escala das centenas de milhões é inevitável que a corrupção atinge a polícia, que opera desta forma em todo o território nacional, inclusive a PF.
Apenas a autodefesa dos índios e a organização da mineração pelo governo em e sob a direção dos índios permitirá a resolução real do problema. O ouro é um recurso que poderia garantir uma melhoria enorme para a vida dos ianomâmis e do povo de Roraima em geral. Ele deveria ser extraído minimizando os impactos sociais e ambientais, algo totalmente possível em 2024.
Além disso, os índios devem ter treinamento e garantia de armas para fazerem sua defesa. Assim não dependerão da polícia da burguesia, que em 99% de suas ações é uma tropa de choque contra a população rural, vide o caso dos guaranis no Mato Grosso do Sul.
