Na última terça-feira (21), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou furor ao dizer que Brasil e todos os demais países precisam deles e não o contrário.
“A relação [dos EUA com Brasil e América Latina] é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós”, afirmou Trump.
Assim, o presidente recém-empossado tomou medidas para tirar os EUA de debates internacionais, como a saída do Acordo de Paris sobre o clima e da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No entanto, apesar da declaração, a necessidade de expandir mercados é mútua, não apenas em relação ao Brasil, mas também a outros países.
Em 2024, a relação bilateral Brasil-EUA completou 200 anos, ocasião em que Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex-MDIC) e a Câmara Americana de Comércio (Amcham) divulgaram um mapeamento sobre o comércio entre os países.
Em maio, durante as comemorações, a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres afirmou que os EUA são o principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, além de ser um exportador de insumos para a indústria brasileira.
Em 2023, comércio de bens entre Brasil e EUA somou US$ 75 bilhões. Os Estados Unidos são o 2º principal destino das exportações totais brasileiras, atrás apenas da China. Os norte-americanos também são o terceiro maior fornecedor de produtos estrangeiros ao país e respondem por 15,8% do total das importações.
Já no ano passado, o fluxo comercial entre os países somou pouco mais de US$ 80 bilhões, dos quais US$ 40,33 bilhões em exportações brasileiras para os EUA e US$ 40,58 bilhões em importações brasileiras dos EUA, de acordo com dados do MDIC.
Enquanto o Brasil exporta, majoritariamente produtos básicos ou semimanufaturados, como carnes, café, petróleo e aço, do EUA vem produtos industrializados, combustíveis e produtos químicos, como fertilizantes, gás natural liquefeito, aviões e medicamentos.
Brics
A relação comercial do Brasil com o bloco econômico dos Brics, composto também por China, Índia e África do Sul, além de países agregados, tem se intensificado desde 2009 e, em 2022, chegou a US$ 177,7 bilhões.
Do montante, US$ 99,4 bilhões em exportações brasileiras e US$ 78 bilhões em importações.
Desde 2018, as exportações brasileiras ao bloco econômico superam as destinadas aos EUA e União Europeia juntas.
*Com informações do MDIC.
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