Minutos após Lula (PT) confirmar a escolha de Gleisi Hoffmann para o cargo de ministra das Relações Institucionais do governo, nesta sexta-feira 28, os presidentes da Câmara e do Senado publicaram notas indicando que pretendem manter ‘boas relações’ com a recém-chegada na Esplanada.

Gleisi assume o cargo responsável pela articulação política do governo, em especial nas negociações com o Congresso Nacional. O posto, até então, pertencia a Alexandre Padilha, que será levado ao cargo de ministro da Saúde após demissão de Nísia Trindade. Todas essas trocas serão efetivada no dia 10 de março.

Hugo Motta (Republicanos), que comanda a Câmara dos Deputados, foi o primeiro a se pronunciar. Ele é colega de Gleisi no Legislativo e afirmou ter boa relação com a nova ministra.

“Recebi ligação do presidente Lula comunicando a indicação da deputada Gleisi para o cargo de Ministra das Relações Institucionais. Sempre tive boa relação com ela no parlamento”, escreveu em uma rede social, por onde também desejou “pleno êxito” para a petista na nova função. “Continuaremos o diálogo permanente a favor do Brasil”, finalizou o parlamentar.

Em tom ainda mais protocolar, Davi Alcolumbre (União), que chefia o Senado, disse que reafirmou o seu “compromisso em trabalhar sempre em defesa do Brasil” ao ser informado por Lula sobre a escolha da nova ministra. “Desejo muito sucesso nessa importante missão de dialogar com o Parlamento”, disse o Senador, que também preside o Congresso Nacional.

A chegada de Gleisi ao cargo põe fim a uma disputa que se acirrou nos últimos dias entre o PT e o Centrão – parcela do parlamento que Motta e Alcolumbre são membros.

Parte importante do Legislativo defendia abertamente que Lula indicasse um nome que fizesse parte desse grupo, que está parcialmente afastado do governo. Isnaldo Bulhões (MDB) e Silvio Costa Filho (Republicanos), atual ministro de Portos e Aeroportos, foram citados como nomes capazes de agregar o Centrão e ampliar a faixa de votos do petista no Congresso. A ala saiu derrotada na negociação.

Outra parcela – a que saiu vencedora – defendia que o posto seguisse sob o comando do PT, na figura de alguém de confiança do presidente. Gleisi foi a escolhida em uma articulação que envolve também o futuro do partido. Atualmente, ela é a presidenta nacional da sigla e, ao que tudo indica, não conseguirá emplacar um aliado como sucessor, justamente por não conseguir o apoio de Lula nas negociações internas do PT. A nomeação, em partes, também é uma compensação pela derrota da parlamentar neste cabo de guerra.

Nessa ala petista, Gleisi disputava a indicação com o senador Jaques Wagner (PT-BA) e com o deputado José Guimarães (PT-CE). Os dois, até segunda ordem, seguirão na liderança do governo no Legislativo. Dois outros membros da sigla que hoje ocupam cadeiras na Esplanada, porém, balançam no cargo: Márcio Macedo, atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil.

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Last Update: 28/02/2025