Discretos, os ministros do Supremo Tribunal Federal dificilmente irão se manifestar publicamente sobre a decisão de Donald Trump em punir o Brasil com tarifas de 50% sobre produtos importados. Além da postagem de Flávio Dino, em que defende a Corte e a soberania do País, outros ministros não devem falar abertamente sobre o assunto, pelo menos não agora.
Mas, nos bastidores, os ministros avaliam que “nada muda” diante das defesas enfáticas de Donald Trump a Jair Bolsonaro (PL). O julgamento de Bolsonaro, réu pela tentativa de golpe de Estado em 2022, não deve ser impactado mesmo que o presidente norte-americano continue se manifestando a favor do ex-presidente brasileiro e imponha mais tarifas.
Mais cedo, Trump voltou a atacar diretamente o STF. Em carta enviada ao presidente Lula (PT), o republicano classificou o julgamento de Bolsonaro como uma “vergonha internacional” e afirmou que o processo “não deveria acontecer”.
Ele ainda chamou a atuação do Supremo de “caça às bruxas” e acusou a Corte de censurar plataformas de redes sociais norte-americanas, ao afirmar que o tribunal teria emitido “centenas de ordens de censura secretas e ilegais”.
“As ações do STF brasileiro são uma ameaça direta à liberdade de expressão dos americanos”, escreveu Trump. “O Brasil tem atacado as eleições livres e os direitos fundamentais de expressão, razão pela qual estamos implementando tarifas adicionais a partir de 1º de agosto.”
