A reunião de cúpula da Otan está sendo realizada de 9 a 11 de julho, na capital dos EUA, Washington, marcando também o seu 75º aniversário. A Casa Branca (sede do governo norte-americano) já anunciou que o tema será “Ucrânia e segurança transatlântica” com foco em elaborar uma resposta conjunta à “agressão da Rússia contra a Ucrânia” e também à aliança militar entre Rússia e Coreia do Norte. James Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, afirmou que o objetivo paralelo será incentivar a produção militar e fortalecer a combalida aliança, atacada inclusive no interior dos países imperialistas e por dissidências que começam a aparecer entre EUA e União Europeia.
Outro tema esperado para ser debatido entre os líderes das principais nações imperialistas do mundo é a Revolução Palestina, impulsionada pelo Hamas e a Resistência Palestina e desencadeada no último 7 de outubro, a mais contundente ação contra a opressão sionista já ocorrida, o que colocou o mundo em convulsão e ao mesmo, representando a mais grave ameaça à existência do estado de “Israel”. Após meses de conflito, o Hamas e as demais forças da Resistência não apresentam fadiga militar e continuam a impor sérias baixas aos sionistas.
Especula-se que a OTAN utilize o evento para demonstrar solidez do bloco ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, em especial no apoio à Ucrânia. Essa guerra já é dada como vitória total da Rússia por vários analistas militares, mas o braço armado do imperialismo insiste em enviar armas para o regime nazista de Zelensky, aumentando muito a exaustão das forças ucranianas já bastante depauperadas.
Esse encontro dos líderes dos países membros, enfrenta vários desafios. Ao mesmo tempo que comemora mais um aniversário, traz também uma crise da aliança, que apresenta forte tendência a deixar de existir, dado que alguns líderes já questionam sua existência. Um exemplo é o norte-americano Donald Trump, ex-presidente com fortes chances de substituir o democrata Joe Biden. Trump já ridicularizou a aliança e anuncia a pretensão de se desvincular dela, assim como governos da França e da Alemanha, que também já questionaram sua necessidade.
Alguns líderes manifestaram a intenção de anexação da Ucrânia ao bloco, mas não existe consenso nisso, uma vez que a medida fatalmente faria a guerra se expandir por toda a Europa. E a Rússia já alertou que se estiver em vias de perder para a OTAN, não hesitaria em usar armas nucleares em sua defesa.
O secretário de Estado norte-americano Anthony J. Blinken, disse que o “principal objetivo da reunião seria mostrar o valor dos gastos na defesa coletiva da Europa”, indicando que uma cisão ainda maior do bloco imperialista deve surgir do encontro. O governo dos EUA diz estar preocupado com a possibilidade de que Vladimir Putin possa apresentar surpresas na Ucrânia com a intenção de perturbar e ofuscar a cúpula, durante seu 75º aniversário de fundação.
A ação militar que a Rússia fez contra a OTAN na Ucrânia, em sua legítima defesa devido à expansão da aliança imperialista para quase toda fronteira europeia do país eslavo, revelou que os países imperialistas não conseguem mais manter seu domínio bélico. Essa fragilidade foi exposta em diversos eventos, desde a retirada desastrosa dos EUA do Vietnã, as guerras contra o Iraque, Líbia, o impasse na Síria e mais recentemente, na expulsão dos EUA do Afeganistão.
Sem força bélica, o imperialismo não tem como manter a dominação econômica, social e a navegação em rotas marítimas seguras, como visto pela ação dos iemenitas na península arábica. Ademais, a crise na economia dos países imperialistas também é muito severa, enfraquecendo politicamente o bloco e a capacidade de ação.
Ao que parece as tarefas colocadas ao imperialismo nesta cúpula são muito difíceis de resolver, pois a debilidade econômica, social, política e militar saltam aos olhos e nessas condições, qualquer cálculo errado leva a ações desastrosas, aprofundando ainda mais a crise no bloco.