
A primeira emenda deles é a da pirataria sobre bens alheios
por Francisco Celso Calmon
Não precisamos da primeira emenda da Constituição americana, temos a Constituição cidadã, a qual nos garante a liberdade sob todos os aspectos,
Além de ridículo, é de muita ignorância achar que a Constituição americana é a Constituição universal, ou que a Constituição estadunidense está acima das Constituições nacionais.
É um vexame admitir que a Constituição de um país possa valer para outro, estaria se criando a Torre de Babel, onde ninguém iria se entender, porque o que pode ser constitucionalmente proibido num país, pode não ser em outro.
Por exemplo: os países muçulmanos, que têm restrições às mulheres, que colocam véu, que tem outros tipos de diferenças culturais, e, também, políticas, imagine sendo exigida obediência ou interferência de Constituições estrangeiras na vida dos nacionais?
Só mesmo na cabeça dos que beijam os sapatos do Trump, os sabujos do imperialismo norte-americano, cuja história é de agressão, de genocídio, de assassinatos, de golpes, de tramoias, de deslealdade, de espírito supremacista dos brancos, dos bilionários, que desdenham dos negros, dos asiáticos, dos indígenas e dos pobres.
Os Estados Unidos têm uma longa ficha criminal marcada por suas intervenções militares e ações agressivas em diversos países, justificadas sob argumentos de segurança nacional, combate ao comunismo ou promoção da democracia, como o golpe no Irã em 1953, os bombardeios secretos no Laos e no Camboja durante a Guerra do Vietnã, a invasão do Iraque em 2003, o apoio a ditaduras na América Latina, e ataques recentes na Síria, Iêmen e Líbia em apoio ao Estado terrorista de Israel, et caterva.
A nossa emenda número um é o capítulo primeiro da Constituição Brasileira, o qual reza sobre os direitos e deveres individuais e coletivos.
O inciso dois já diz, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. No quarto, diz que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
O sexto, é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida na forma da lei a proteção aos locais de culto e sua liturgia.
No inciso nono, é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença.
Décimo quinto, é livre a locomoção do território nacional em tempos de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lugares abertos ao público, independente da autorização, é plena a liberdade de associação para os fios lícitos.
Essa é a primeira “emenda”, (usando esse termo que os americanos gostam de usar), para nós cidadãos brasileiros, porque, no caso deles, são as emendas que foram agregando à Constituição, nós usamos capítulos, mas, o nosso capítulo número um, poderemos dizer homônimo, é o nosso artigo quinto, que reza sobre os direitos e deveres individuais e coletivos.
Por outro lado, vamos deixar claro que, a manifestação é livre nos Estados Unidos desde que não atente contra os interesses dos poderosos, como temos assistido recentemente à crescente violência às manifestações de pensamento contrárias ao Trump e sua gestão.
O Trump faz uso do método de guerrilha nessa guerra tarifária. Ele, fustiga na surpresa, avalia a força do inimigo, recua, ou até se apropria de bens, quando não há resistência ou quando do inimigo dele, não se mostra suficientemente assertivos.
Não estão acostumados a lidar com estadistas, não estão acostumados a lidar com quem tem dignidade e amor à própria pátria.
Trump e Bolsonaro movimentam a sua cambada de fanáticos, adeptos ao fascismo, com clamor pela liberdade de expressão, mas na verdade, estamos vendo que os dois querem mais é a liberdade de furto dos cofres públicos.
Enquanto nos Estados Unidos as operações suspeitas de Insider trading, antecedendo o tarifaço de 50% contra o Brasil, beneficiaram aliados do ex-presidente, no Brasil, a Polícia Federal identificou movimentações financeiras de R$30 milhões suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo Bolsonaro e seu clã.
A liberdade que defendem não é a de expressão, mas a de converter o erário em propina e o poder político em instrumento criminoso.
Francisco Celso Calmon, Analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia, 60 anos do golpe: gerações em luta, Memórias e fantasias de um combatente; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.
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