A italiana Alessia Bianchi, de 50 anos, fará história ao se tornar a primeira atleta trans a competir nas Paralimpíadas. Ela passou pelo processo de transição em 2019, estará nas provas dos 200 e 400 metros na categoria T12, destinada a atletas com deficiência visual. Sua participação nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 foi aprovada tanto pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) quanto pela Federação Internacional de Atletismo Paralímpico.
Luca Salvador, presidente do IPC, expressou satisfação com a inclusão de Alessia, afirmando que o comitê está preparado para enfrentar possíveis críticas. Ele destacou a importância de seguir as regras e padrões estabelecidos para a participação de atletas transgêneros no esporte, enfatizando o compromisso com a inclusão.
“Eu estou preparado para o criticismo. As vezes como indivíduo posso pensar uma coisa ou outra, mas precisamos respeitar a nossa constituição e as regras de cada esporte específico. As federações internacionais devem ser respeitadas. A World Para Athletics autorizou ela a competir, então ela será recebida como qualquer outra atleta na competição. Nada mais justo que tratemos os atletas trans com respeito“, declarou Salvador.
Antes de sua cirurgia de transição, Alessia competia na categoria masculina e acumulou 11 títulos italianos. Após a operação, ela quase se classificou para as Paralimpíadas de Tóquio 2021 e conquistou bronze nas provas de 200 e 400 metros no Mundial de Atletismo Paralímpico de 2023.
“Sou feliz como mulher e correr como mulher é tudo o que eu quero. Como todas as pessoas trans que não sentem que pertencem ao seu gênero biológico, não devo ser discriminada. Da mesma forma que raça, religião ou ideologia política não devem ser discriminadas”, afirmou Bianchi.
Alessia foi diagnosticada com a doença de Stargardt aos 14 anos, uma condição que afeta sua visão central, deixando-a com apenas 1/50 da visão normal.