Ao longo do governo Bolsonaro, a OAB permaneceu calada enquanto o país assistia às ofensivas contra as instituições democráticas.
A mesma OAB que militou pela queda de Dilma Rousseff, com base em uma narrativa moralista, agora se manifesta indignada pelo veto do ministro do STF, Cristiano Zanin, ao uso de celulares no julgamento dos membros do segundo núcleo golpista.
A OAB alega que a medida prejudica o direito à ampla defesa e a prerrogativa da advocacia. No entanto, essa indignação soa mais como um desespero por visibilidade do que uma verdadeira defesa do Estado democrático.
Celulares não são indispensáveis para a defesa, especialmente quando estamos lidando com um julgamento de tamanha gravidade, em que o princípio da segurança do processo e da ordem pública deve prevalecer.
Os advogados, como qualquer outro cidadão, devem respeitar as normas do tribunal e não alimentar a ilusão de que têm um direito inalienável de trazer consigo qualquer ferramenta pessoal que possa comprometer a integridade das sessões.
Por que o Supremo deveria ajudar os lacradores a espalharem fake news?
A postura da OAB é, no mínimo, incoerente. Quando o STF, uma das últimas instituições a resistir à pressão autoritária, toma uma medida de segurança para garantir a integridade do processo, a OAB decide levantar sua voz.
Onde estava essa indignação enquanto Bolsonaro gritava que não iria mais obedecer nenhuma ordem judicial?
Em vez de se preocupar com questões periféricas como o uso de celulares, a OAB deveria se questionar sobre sua própria omissão diante do desgoverno que quase destruiu o país.
O que vemos hoje é uma tentativa de se posicionar como defensora das garantias constitucionais, quando, na realidade, a OAB tem sido cúmplice passiva de um período obscuro da nossa história.
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