O PT protocolou nesta terça-feira 3 uma representação criminal na Procuradoria-Geral da República pedindo a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol e o início do processo de extradição.

A medida, assinada pelo líder da bancada petista na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), ocorre após a deputada deixar o Brasil, vinte dias depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão a um sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Segundo a ação do PT, Zambelli representa “risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas”. O documento sustenta que a bolsonarista deixou o País de forma deliberada e sem comunicação ao STF, alegando motivos de saúde, e que sua defesa abandonou o caso. 

Conforme a própria deputada disse à CNN Brasil, ela está nos Estados Unidos e viajará ainda nesta semana à Itália. Zambelli projetou voltar ao Brasil apenas quando o País “voltar a ser uma democracia”.

A peça de Lindbergh também aponta que a parlamentar arrecadou cerca de 285 mil reais via doações por Pix, valores supostamente usados para financiar sua permanência no exterior, sem qualquer prestação de contas, o que pode configurar “estelionato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas”. O PT pede o bloqueio desses valores e a abertura de investigações sobre a origem e a finalidade dos recursos.

“Ela repete o modus operandi de Eduardo Bolsonaro, buscando apoio de autoridades estrangeiras contra ministros do Supremo Tribunal Federal, num esforço de internacionalizar ataques ao sistema de Justiça brasileiro”, afirma Lindbergh Farias. De acordo com a representação, trata-se de uma “trama golpista reconfigurada em forma de ataque transnacional à soberania nacional”.

O PT ainda requer que a PGR oficie o Ministério das Relações Exteriores para revogar o passaporte diplomático de Zambelli e que a Câmara dos Deputados seja comunicada formalmente sobre os desdobramentos do caso, inclusive quanto à perda do mandato, já determinada pela condenação do STF.

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Last Update: 03/06/2025