Os astronautas americanos Ryan Thompson e Jessica Watkins encontram-se em uma situação delicada no espaço, enquanto a Nasa e a Boeing trabalham para resolver problemas com a cápsula espacial Starliner. A missão, que levou ambos da cápsula em 6 de junho.
A Starliner, desenvolvida pela Boeing como parte do Programa de Tripulação Comercial da Nasa, está enfrentando dificuldades com o sistema de propulsão e vazamentos de hélio, mantendo a cápsula atracada na ISS. Este é o primeiro voo tripulado do módulo e, apesar de avanços anteriores na resolução de problemas técnicos, a situação atual exige uma resposta estratégica.
A Nasa considera duas opções para o retorno dos astronautas: consertar os problemas para possibilitar o voo de volta da Starliner ou devolvê-la “sem tripulação”. A primeira alternativa é mais arriscada devido à possibilidade de novos problemas, enquanto a segunda opção prolongaria a estadia de Thompson e Watkins na ISS até fevereiro de 2025, quando podem retornar a bordo da missão Crew-9 da SpaceX.
A vida na ISS impõe riscos significativos à saúde dos astronautas, como perda de densidade óssea e alterações no sistema cardiovascular devido à ausência de gravidade. Estudos mostram que a exposição à radiação no espaço aumenta o risco de câncer e causa atrofia muscular. Se Thompson e Watkins permanecerem até fevereiro, terão uma exposição prolongada à radiação, embora ainda menor comparada a outros astronautas com longas estadias espaciais.
Joe Acaba, diretor da Nasa e veterano de 306 dias no espaço, destacou os desafios das missões espaciais e a importância do treinamento rigoroso para enfrentar cenários adversos. Enquanto isso, a Nasa está realizando uma Revisão de Prontidão de Voo para decidir sobre o retorno da Starliner.
A análise, conduzida por equipes técnicas independentes, avaliará a viabilidade do retorno e apresentará recomendações ao administrador associado de Operações Espaciais da Nasa, Ken Bowersox.
A Nasa destaca que revisões de prontidão de voo durante missões não são inéditas, como demonstrado pelo voo de teste da SpaceX em 2020. A decisão final sobre a Starliner será tomada até o final de agosto, considerando fatores logísticos e técnicos.
Enquanto a Boeing e a SpaceX operam com tecnologias e equipamentos distintos, incluindo trajes espaciais específicos para cada empresa, a SpaceX deve lançar seu próximo voo para a ISS somente após 24 de setembro devido ao trabalho de reparo na Starliner.
A ISS, lançada em 20 de novembro de 1998, é um exemplo de cooperação internacional e pesquisa científica. Com seis astronautas a bordo, a estação espacial continua a ser um marco na exploração espacial e na colaboração entre países.