Depois da publicação do relatório sobre a trama golpista envolvendo militares e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em dezembro de 2022, a Marinha negou que tivesse colocado tanques e tropas de prontidão para a possível ação de ruptura democrática.
Em nota divulgada na quarta-feira, a Marinha disse que “em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”.
“Sublinha-se que a constante prontidão dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi nem será desviada para servir a iniciativas que impeçam ou restrinham o exercício dos Poderes Constitucionais”, sustenta a organização.
Acontece que a Polícia Federal (PF) identificou conversas telefônicas que mostram que o então comandante da Força, o almirante Almir Garnier, teria aderido ao plano golpista.
Em uma parte do extenso relatório de 884 páginas, a PF aponta que um contato identificado como “Riva” encaminhou mensagens dizendo que “o Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos”.
Segundo a PF, os prints das conversas foram enviados pelo tenente-coronel Sergio Cavaliere para o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Na nota, a Marinha diz que seus “atos são pautados pela rigorosa observância da legislação, valores éticos e transparência”.