Em 31 de dezembro de 2024, expirou contrato que permitia o fornecimento de gás russo para países europeus, principalmente Eslováquia, Hungria, Áustria e Italia, através do gasoduto de Sudja, que passa pela Ucrânia. O governo Ucraniano tomou a decisão de não renovar o contrato. Segundo noticiado pelo jornalista Thomas Mazi, a União Europeia, através de seu órgão Comissão Europeia, alegou que o fim dos fluxos de gás russo através do gasoduto de Sudja terá impacto “insignificante” nos preços europeu, basicamente ratificando tacitamente a decisão da Ucrânia.
Conforme aponta o jornalista, essa suspensão não resultará em um risco imediato da segurança energética europeia, pois gás russo ainda é fornecido diretamente através do gasoduto Turkstream, e também pode ser fornecido pelos EUA, que fornece gás na forma GNL transportado. Contudo, ao contrário do que foi afirmado pela Comissão Europeia, os preços tendem a aumentar, em razão do GNL ser significativamente mais caro.
Os principais países europeus afetados pela decisão da Ucrânia de barrar o trânsito de gás russo através do gasoduto de Sujda são a Hungria e a Eslováquia. Não coincidentemente, os governos de ambos os países, liderados respectivamente por Viktor Orbán e Robert Fico, vêm progressivamente aumentando sua oposição ao papel da Europa na guerra de agressão contra a Rússia, defendendo a necessidade do fim do conflito. Por sua oposição, Roberto Fico foi alvo de tentativa de assassinato em 15 de maio de 2024. Quanto à Hungria, nesta quinta-feira (02), Peter Magyar, político pró-imperialista, opositor de Orbán, exigiu que as eleições de 2026 sejam antecipadas. Neste mesmo dia, a UE negou permanentemente à Hungria o acesso a mais de € 1 bilhão (US$1,04 bilhão), sob o pretexto de que o governo de Orbán teria violado princípios do Estado de Direito do bloco imperialista, especificamente teria falhado em combater a corrupção, implementar reformas. Conforme noticiado pelo jornal Welt, citando uma porta-voz da Comissão Europeia, este caso é a primeira perda perpétua de financiamento por um estado-membro da União Europeia, por não ter cumprido condições impostas pelo bloco.
Ademais do informado acima, ainda nesta quinta-feira (02), fábricas na Transnístria tiveram que suspender suas operações em razão de crise energética, resultando do fechamento do gasoduto, conforme informado por Sergey Obolonik, ministro do Desenvolvimento Econômico, em entrevista à agência de noticías Novosti Pridnestrovya”. A Transnístria é um país não reconhecido como tal pelo imperialismo, em razão da luta de seu povo por autodeterminação. Fazendo fronteira com a Moldávia pelo leste, é um aliado da Rússia no Leste Europeu.