As esquerdas que não temem as respostas para perguntas incômodas poderiam se perguntar: o Rio Grande do Sul estaria pior do que está se o governador fosse o bolsonarista Onyx Lorenzoni, que enfrentou Eduardo Leite no segundo turno em 2022?

O sofrimento dos atingidos pelas cheias que se repetem seria menor? A reconstrução do Estado e a execução de obras de emergência teriam andado?

Não há resposta possível, porque a pergunta é só uma provocação. Com Onyx, a extrema direita organizada estaria ainda mais fortalecida eleitoralmente no Estado. Mas o Rio Grande estaria entregue a tanto desleixo, prepotência e incompetência?

Leite, o arrogante que não reconhece a ajuda federal e não consegue dizer o que já fez pelos flagelados, é a maior aberração política gaúcha desde a redemocratização. Porque sempre tenta se apresentar pelo que não é.

Leite fingiu ser da centro-esquerda do que teria sido o velho PSDB e se aliou à extrema direita em 2018. Governou com a turma de Bolsonaro no primeiro escalão, em meio à pandemia. Distribuiu cloroquina como outros governadores do bolsonarismo. Exibia-se como uma espécie de bolsonarista que fumava mas não tragava.

Em 2022, foi para o segundo turno pelo detalhe de 2.441 votos em relação à votação de Edegar Pretto, o candidato do PT. Venceu Onyx no segundo turno com o apoio da votação maciça das esquerdas, depois de pedir socorro a líderes históricos do PT.

Alguns dias depois, foi a um congresso fascista do MBL em São Paulo. Governa no segundo mandato só olhando para a direita. Nem mesmo na chamada área de costumes consegue adotar uma medida, uma só, que possa ser considerada progressista.

Recebeu de Lula o direito de se apossar de R$ 8 bilhões por ano, com o não pagamento de parcelas e juros da dívida gaúcha, para que o Estado possa se reerguer. Mas não se percebe nada do que possa ter feito com essa dinheirama.

Viajou com o prefeito Sebastião Melo à Holanda em busca de soluções para a gestão das cheias. Acaba, com a repetição da enchente, sendo cúmplice do amigo no uso de sacos de areia para tentar segurar de novo as águas do Guaíba.

Eduardo leite e Ratinho JR. Foto: Reprodução/Instagram/@ eduardoleite

Produziu um documentário em que se apresenta como herói dos gaúchos. E há vários meses se dedica a mais uma jogada de oportunista. Disputa com Ratinho Júnior a indicação do PSD, seu novo partido, à presidência da República em 2026.

Tenta repetir com Ratinho o que fez com João Doria em 2022, ao se sentar na janelinha e se esforçar para tirá-lo do jogo. Fracassou como pretendente a ser a terceira via da direita. Mas está aí de novo, em mais uma manobra.

Sem muitas chances de ser o escolhido por Kassab, o que ele tenta é ser candidato a senador, almejando o segundo voto das esquerdas. Como serão dois senadores eleitos por Estado, imagina que as esquerdas gaúchas tentarão, na segunda escolha, impedir mais uma vez a eleição de um nome da extrema direita. Como aconteceu em 2022 para o governo gaúcho.

Sabe que poderá se enganar, porque o voto útil que garantiu sua reeleição será transformado na vingança de 2026.

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Last Update: 22/06/2025