A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN). Foto: Paulo Sérgio/Agência Câmara

Por Valter Pomar, publicado no blog do autor

O jornal Folha de S. Paulo acaba de publicar mais um editorial contra o governo Lula e contra o PT.

A resposta da presidenta Gleisi Hoffmann ao referido editorial está aqui:

No final de sua resposta, Gleisi diz que “o editorial mostra de que lado a Folha está.”

O mesmo pode ser dito do texto publicado no Painel da Folha de hoje, 22 de dezembro de 2024 (ver imagens ao final desta postagem).

Três deputados, dois homens e uma mulher, votaram contra o pacote de cortes. Entretanto, a nota publicada no Painel de hoje só fala de Natália Bonavides.

Houve petistas que criticaram o voto dos três? Houve, claro. E quem critica está no seu pleno direito.

Mas é bizarro que a Folha esconda o nome dos autores das críticas.

Mais bizarras ainda são as críticas escolhidas e difundidas pela Folha.

Zero de referência ao mérito do pacote.

Uma referência ao risco do pacote ser derrotado, “risco” que, como ficou comprovado, era propagandeado pela direita para aumentar seu preço e, também, garantir a desidratação das medidas positivas.

A Folha faz referência, ainda, à suposta “ingratidão” de Natália, já que “o PT apoiou a candidatura dela a prefeitura de Natal, inclusive com a ida de Lula para um ato da campanha dela”.

De quem é essa afirmação? Da Folha? De algum tuitador quase anônimo? De um figurão covarde, desses que falam em off?

Não sei. Mas, seja de quem for, é uma frase reveladora.

O fato de Natália ter sido a candidata do PT à prefeita de Natal não a obriga a apoiar toda e qualquer medida do governo.

Aliás, não consta do estatuto do Partido que “toda medida do governo deve ser aplaudida, defendida e votada”.

Ademais, “gratidão” é um termo inapropriado. 

Por exemplo: Lula não esteve presente na maioria das campanhas municipais. Isto por acaso desobrigaria as candidaturas desatendidas da tarefa de defender Lula contra nossos inimigos?

Como fica evidente pelo exemplo acima, ou bem alguém acredita que “gratidão” seria uma avenida de mão única, ou bem melhor não usar o termo na presente polêmica.

Até porque alguém poderia falar da “ingratidão” cometida por quem descarrega o peso principal do ajuste exatamente nas costas de quem garantiu a vitória de Lula e a sobrevivência do PT.

Seja como for, a Folha confirmou de que lado está, ao atacar simultaneamente o governo, o PT e também a quem votou contra o pacote. Não causa surpresa, nem merece gratidão.

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Last Update: 23/12/2024