Ministro das Relações Exteriores chinês perde a paciência com chefe da diplomacia europeia
É incrível que, após mais de 3 anos da guerra na Ucrânia, a UE ainda viva no mesmo La La Land onde busca convencer a China a se aliar a eles para derrotar a Rússia. E se surpreendem quando são informados de que, não, a China não cometerá suicídio geopolítico em seu nome.
Segundo o artigo, Wang Yi teria dado a Kaja Kallas – a extremamente russofóbica ex-primeira-ministra estoniana que agora é a chefe de assuntos exteriores da UE – várias duras lições de história e geopolítica.
A conversa deve ter sido algo como: Kaja, você acha que nascemos ontem? Por que diabos nos tornaríamos hostis ao nosso maior vizinho e principal parceiro? E depois o quê, vocês nos dão um troféu de participação e nos dão tapinhas na cabeça enquanto ajudam os americanos a nos conter?
Os comentários acima foram feitos pelo analista francês Arnaud Bertrand em sua conta X.
O recado chinês nas entrelinhas
Segundo a reportagem, o ministro chinês disse a Kallas que a China não estava apoiando materialmente o esforço de guerra da Rússia, financeira ou militarmente, insistindo que se estivesse fazendo isso, o conflito teria terminado há muito tempo.
Isso é uma forma sutil de dizer: não nos tratem como se estivéssemos ajudando a Rússia porque se o fizerem, podemos muito bem ajudá-los e então vocês descobrirão a diferença entre comércio normal e aqui estão um milhão de drones, mísseis ilimitados e 2 milhões de soldados do EPL.
O buraco estratégico europeu
A UE conseguiu se colocar em conflito com todas as três grandes potências mundiais simultaneamente.
Eles são tratados como vassalos por uma Washington cada vez mais agressiva, estão em conflito aberto com Moscou e estão recebendo lições de história de um ministro das Relações Exteriores chinês que mal esconde seu desprezo por sua duplicidade moral.
A resposta europeia a essa situação estratégica desastrosa? Aparentemente se vassalizar ainda mais a Washington, dobrar a aposta na guerra com Moscou e pedir a Pequim para gentilmente cometer suicídio geopolítico em seu nome. O auge da diplomacia da UE.
Os fatos por trás da análise
A reportagem do South China Morning Post revela detalhes cruciais do encontro de quarta-feira entre Wang Yi e Kaja Kallas. Durante um debate de quatro horas sobre uma ampla gama de queixas geopolíticas e comerciais, o ministro chinês foi direto: Pequim não quer ver uma derrota russa na Ucrânia porque teme que os Estados Unidos então direcionem todo seu foco para a China.
Esta declaração, feita à ex-primeira-ministra estoniana que assumiu recentemente o cargo de chefe de assuntos exteriores da UE, confirma o que muitos em Bruxelas acreditam ser a posição de Pequim, mas contrasta com as declarações públicas chinesas. O ministério das Relações Exteriores chinês regularmente afirma que a China não é parte da guerra.
O encontro também revelou a dinâmica de poder subjacente às relações China-UE. Wang Yi ofereceu a Kallas várias duras lições de história e geopolítica, com alguns funcionários da UE sentindo que ele estava dando a ela uma lição de realpolitik. Parte dessa lição focou na crença de Pequim de que Washington logo voltará sua atenção total para o leste.
A racionalidade chinesa versus a estupidez estratégica europeia
O que torna a situação ainda mais constrangedora para a Europa é que a posição chinesa é perfeitamente racional do ponto de vista geopolítico. Por que a China se tornaria hostil ao seu maior vizinho e principal parceiro comercial para agradar uma Europa que, em última análise, seguirá a liderança americana na contenção chinesa?
A maratona diplomática de quatro horas entre Wang Yi e Kallas ilustra perfeitamente o impasse estratégico em que a Europa se encontra. Enquanto Bruxelas continua a operar sob a ilusão de que pode convencer Pequim a abandonar Moscou, a China vê claramente o jogo geopolítico mais amplo: uma Europa vassalizada pelos Estados Unidos não oferece uma alternativa estratégica viável à parceria sino-russa.
A terrível situação estratégica da UE
Tudo isso ilustra a terrível situação estratégica em que a UE se encontra. A Europa conseguiu se colocar em uma posição onde não tem aliados estratégicos reais, apenas um protetor dominante (Estados Unidos) e dois adversários poderosos (Rússia e, crescentemente, China). Esta não é uma posição de força, mas de profunda vulnerabilidade estratégica.
A Europa não apenas perdeu sua autonomia estratégica, mas também sua capacidade de compreender as realidades geopolíticas básicas que governam as relações entre grandes potências.
O encontro expôs a vassalagem vergonhosa europeia diante de um mundo multipolar.
A paciência chinesa com essa duplicidade moral, como demonstrado pelas lições de história de Wang Yi, parece estar chegando ao fim. A resposta europeia continua sendo mais da mesma receita que os colocou nessa situação: mais vassalagem a Washington, mais confronto com Moscou e mais pedidos ingênuos para que Pequim cometa suicídio geopolítico em seu nome.
Fonte dos comentários: https://x.com/RnaudBertrand/status/1941017216864104632