Na noite do último dia 9, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para o país imperialista. O aumento na tarifa foi justificado pela perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro, conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e principalmente pelo ministro Alexandre de Moraes.

A política de taxar as importações não é uma novidade e não se restringe aos produtos brasileiros. Trata-se da política econômica do governo dos EUA em fazer com que a burguesia nacional norte-americana, que é a principal base de apoio do Trump, volte a ter força para fazer frente aos produtos de fora. Essa política resultou no choque desse setor representado pelo Trump com o setor principal do imperialismo, os grandes monopólios norte-americanos. Os produtos brasileiros já haviam sido taxados no início desse ano, mas o percentual era menor do que o anunciado nesta semana.

Diante da crise, o presidente Lula resolveu tomar a decisão errada de atuar como advogado desse setor principal do imperialismo e ficar do lado de Alexandre de Moraes, chamando para si um problema que não era dele, prometendo fazer oposição à política de Trump. Logo em seguida, os principais jornais do imperialismo no Brasil, resolveram endossar a oposição a política do governo norte-americano e de certa forma, apoiar a conduta do governo Lula.

Um dos porta-vozes da burguesia, o jornal o Estado de S. Paulo publicou um editorial em que faz uma espécie de convite à “mobilização” dos brasileiros contra Trump.

“Coisa de mafiosos

Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha a democracia”

A matéria busca contestar o argumento de que os EUA têm déficit com o Brasil e reduz a questão como um conflito de egos e uma motivação do Trump como um mero interesse particular. Ainda na política de consolidar a terceira via, iguala o bolsonarismo ao trumpismo, como um dos males para o Brasil e exige que o governador paulista Tarcísio de Freitas retrocedesse no apoio ao presidente norte-americano, como forma de afastá-lo do bolsonarismo e para que ele demonstrasse o seu capachismo de vez.

A Folha de S. Paulo, por sua vez, foi mais otimista e se antecipou, garantindo que a política de Trump não vingará. O jornal retomou o histórico de declarações do presidente norte-americano e as classificou como a maioria sendo bravatas, que poucas vingaram na prática e no caso do Brasil, as instituições que servem diretamente o imperialismo, não se curvariam diante da pressão por causa da política tarifária. Assim como o Estado de S. Paulo, a Folha intimou Tarcísio de Freitas para que se afastasse de Trump e consequentemente de Bolsonaro e elogiou a posição “racional” do governo Lula.

Da mesma forma, O Globo também se opôs ao Trump e exigiu que a sua política seja enfrentada.

O que chama a atenção, é que, a primeira vista os principais órgãos de imprensa, diretamente ligados ao imperialismo, que foram linha de frente do golpe de 2016 e sempre atuam contra os interesses nacionais, adotaram a posição de se opor à política tarifária do governo dos EUA e também apoiar a conduta do governo brasileiro. No entanto, não se trata de nenhuma mudança real e sim de uma demagogia em nome da “defesa do Brasil”.

O que esses jornais defendem de fato são os interesses do setor principal do imperialismo, que é a política de terra arrasada, de destruição completa da economia e que no momento se vê em conflito com a política do atual governo norte-americano. Finalmente, os editoriais desses jornais só reafirmaram o seu caráter de capachismo ao grande imperialismo e na luta contra os interesses nacionais.

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Last Update: 11/07/2025