O ataque ao ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, no último sábado (13), já abre margem para novas narrativas, de ambos os lados. Esta foi a primeira vez que aconteceu uma tentativa de assassinato a um presidente no país na era das redes sociais. Com informações de Jonathan Weisman no The New York Times.
A foto de Trump gritando “lute” aos seus seguidores logo após o incidente virou estampa de camisetas e um símbolo da causa da extrema-direita. O caso também está sendo comparado nas redes sociais com outros momentos históricos nos EUA, como os assassinatos de Martin Luther King Jr. e Robert F. Kennedy.
O atentado também tem sido objeto de teorias da conspiração, e a notícia que o atirador, Thomas Matthew Crooks, era filiado ao Partido Republicano, o mesmo de Trump, tem corroborado essas versões não oficiais. Um exemplo disso é a teoria levantada por André Janones (Avante-MG), de que o candidato teria forjado o tiroteio para alavancar sua campanha.
“Este não é apenas um incidente isolado”, afirmou o senador JD Vance, potencial companheiro de chapa de Trump, acusando os democratas de incitar o clima que levou ao ataque. As redes sociais amplificaram as acusações, com vozes à esquerda e à direita apontando dedos e espalhando teorias de conspiração em tempo real.
Minutos após as primeiras imagens do presidente Trump ferido, as redes sociais foram inundadas com especulações. “A premissa central da campanha de Biden é que Trump é um fascista autoritário”, escreveu Vance no X, propriedade de Elon Musk. “Essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato”.
Enquanto isso, líderes democratas como Biden e Obama condenaram veementemente a violência política, enfatizando a necessidade de unidade. A descoberta de um rifle próximo ao atirador desencadeou novos apelos por controle de armas, mas os líderes do partido se mantiveram cautelosos.
Na era das redes sociais, as teorias da conspiração e as polarizações políticas rapidamente eclipsaram os fatos emergentes. “O extremismo nos trouxe a este momento”, lamentou a senadora London Lamar em um comentário que logo desapareceu da internet, destacando como as mídias sociais intensificaram a retórica inflamatória.
Enquanto isso, figuras proeminentes da direita como Marjorie Taylor Greene e Mike Collins culpavam diretamente os democratas, enquanto teorias de conspiração infundadas circulavam, acusando até mesmo o Serviço Secreto de estar envolvido.
No meio do frenesi online, empresários influentes como Musk e Bill Ackman aproveitaram para endossar Trump, enquanto Jeff Bezos expressava apoio público. A imagem de Trump com a orelha enfaixada, comparada a uma icônica pintura de van Gogh, tornou-se viral, ilustrando o tom irônico e às vezes cínico das mídias sociais.