A megaoperação que expôs a movimentação de quase 50 bilhões de reais do PCC por meio de fintechs, fundos de fachada e empresas infiltradas escancara uma verdade: o governo Lula estava certo ao propor a regulação das fintechs. Essa regulação nunca foi “taxação do pix”, como espalharam os desonestos. Era, sim, a tentativa responsável de garantir transparência, rastreabilidade e proteção contra o uso do sistema financeiro por criminosos.

Mas a extrema direita brasileira, em sua guerra permanente contra o Estado e a democracia, produziu uma enxurrada criminosa de fake news. Mentiram dizendo que o governo queria “cobrar imposto do Pix”. E, de forma vil, colaram no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o apelido grotesco de “taxad”, numa campanha de linchamento político cujo único resultado prático foi blindar o crime organizado.

Hoje está evidente quem venceu naquele momento: os bandidos. A força da mentira derrubou a instrução normativa que obrigava fintechs a prestar contas, abrindo um vácuo regulatório explorado pelo PCC. E foi nesse vácuo que surgiram os esquemas bilionários de lavagem de dinheiro agora desvendados.

É preciso apontar responsabilidades: os políticos da extrema direita, seus influenciadores digitais e seus veículos de propaganda são cúmplices objetivos do fortalecimento do crime. Eles sabiam que não havia “taxação”, mas decidiram incendiar as redes para colher dividendos eleitorais. O resultado foi trágico: mais poder para facções, mais dificuldade para a Receita Federal e a Polícia Federal rastrearem operações ilícitas, mais dinheiro sujo circulando impunemente.

Não se trata mais de um debate técnico: trata-se de segurança nacional. A desinformação deliberada atrasou o combate ao crime organizado e custou bilhões ao país. Por isso, a correção de rota é urgente: regulamentar as fintechs, reforçar a fiscalização e nunca mais permitir que fake news comandem a política pública.

O governo Lula foi responsável, tentou agir preventivamente, mas foi sabotado por aqueles que hoje posam de “defensores da lei e da ordem”. Não são. Quem impediu a regulação ajudou o PCC. Quem espalhou fake news contra o Pix protegeu o crime.

A megaoperação não é apenas uma vitória do Estado. É também a prova viva de que mentiras matam e mentiras alimentam facções. Chega de ceder ao terrorismo digital. É hora de retomar a regulação e secar de vez as fontes do crime.

(*) Deputado Federal PT/RS, vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional

Artigo publicado originalmente no 247

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Last Update: 01/09/2025