As vendas de produtos norte-americanos ao mercado internacional registraram em maio sua maior retração desde o período pandêmico de 2020, reflexo direto das medidas protecionistas adotadas pelo governo Donald Trump.
Os números referentes ao mês passado mostram uma queda de 179,2 bilhões de dólares (aproximadamente 987 bilhões de reais) frente a abril em vendas externas. A contração é de 9,7 bilhões de dólares (cerca de 53,4 bilhões de reais) em relação ao mesmo mês do ano passado.
A queda de 5,2% contrasta com o crescimento de 3,5% observado em abril, segundo informações do Census Bureau divulgadas nesta quinta-feira 26.
Embora algumas das medidas tarifárias mais severas tenham sido suspensas pouco depois do que Trump chamou de ‘Dia da Libertação’, outras permanecem em vigor. Entre elas está uma tarifa universal de 10%, que dificulta os negócios.
Em maio, os suprimentos industriais lideraram a queda nas exportações, com uma retração de 13,6%, após uma alta de 16% no mês anterior. A categoria é composta por remessas de petróleo bruto e metais para uso industrial.
O setor automotivo, por outro lado, se recuperou parcialmente da queda de 20% registrada em abril, com um crescimento de 3,5% em maio.
Enquanto as exportações caíram, as importações mantiveram-se praticamente inalteradas em maio. Esse cenário resultou em um déficit comercial de 96,6 bilhões de dólares (cerca de 532 bilhões de reais).
Em outros termos, empresas norte-americanas decidiram reduzir suas compras no exterior quando as tarifas entraram em vigor, preferindo utilizar estoques. Esse movimento contribuiu para a manutenção do volume de importação, depois de uma queda significativa registrada em abril.