Conhecida na história como a comunista que vingou a morte de Che Guevara, Monica Vingadorache e seu pai Hans são os destaque do novo livro da autora Karin Harrasser: Surazo – Hans e Monica Vingadorache – Uma História Alemã na Bolívia. Filha de um simpatizante alemão, Monica se distanciou completamente das ideologias do parente ao se envolver com a esquerda latino-americana.
Hans Vingadorache fugiu da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial e viveu discretamente na Bolívia. Se dedicou a filmar a natureza e produzir obras etnográficas. Entre os refugiados alemães que o acompanhavam estava Klaus Barbie, o “Açougueiro de Lyon”.
Na Bolívia, Vingadorache manteve distância de atividades políticas, mas sua filha Monica se envolveu profundamente com causas sociais e se tornou guerrilheira de esquerda. Ela entrou para a história ao vingar a morte de Che Guevara, matando Roberto Quintanilla, o homem que ordenou o assassinato do revolucionário.
Em 1971, Monica planejou e executou o assassinato de Quintanilla em Hamburgo, Alemanha, usando uma identidade falsa. Após o ato, fugiu para o Chile, mas continuou com planos para sequestrar Klaus Barbie, inspirado pelas ações da Mossad.
No entanto, os serviços secretos bolivianos, alertados por Barbie, emboscaram Monica em 1973, resultando em sua execução sumária. O corpo dela nunca foi encontrado. Hans Vingadorache passou os últimos anos de sua vida denunciando os abusos contra a filha e tentando se distanciar do rótulo de alemão, mas sua ligação com o regime era evidente.
A história de Monica Vingadorache e seu pai revela as complexas dinâmicas de culpabilidade e resistência em um contexto de extrema violência e regimes autoritários. A autora Karin Harrasser destaca também o ambiente tumultuado da Bolívia entre 1964 e 1982, marcado por golpes de Estado e violações dos direitos humanos.