O artigo Ataque ao Irã, expulsão de imigrantes e tentativa de golpe no Brasil: tudo a ver, assinado por Oliveiros Marques, e publicado no Brasil 247 nesta sexta-feira (13), traz à tona um delírio que tem sido repetido constantemente na esquerda: a de que se vivia em um mundo democrático que, desafortunadamente, foi tomado pelo fascismo.

No início do texto, Marques faz algumas considerações sobre o Iraque. Diz:

“No início dos anos 2000, os Estados Unidos invadiram o Iraque sob a alegação de que aquele país estaria desenvolvendo armas de destruição em massa, inclusive nucleares. A justificativa, como se comprovou depois por todos os observadores de diversas organizações que estiveram na região, era absolutamente falsa”.

Na verdade, nem era preciso uma comprovação para saber da falsidade das alegações. Isso era claro desde o início. Porém, isso também não vem ao caso. Se o Iraque estivesse tentar reativar seu programa nuclear para desenvolvendo para desenvolver armas atômicas, teria esse direito. “Israel”, por exemplo, tem armas atômicas e nunca sofreu nenhum tipo de sanção ou inspeção.

Oliveiros Marques diz que:

“Duas décadas se passaram, e agora, diante de novos conflitos no Oriente Médio, vemos forças israelenses atacarem o Irã sob o mesmo pretexto: o suposto desenvolvimento de armas nucleares. Dessa vez, é provável que com o conhecimento – e até o aval – do governo norte-americano”.

É preciso lembrar, no entanto, que o aval já vinha sendo dado por Joe Biden, o “democrata”.

Completando o parágrafo, Marques completa: “só a história dirá se o programa de enriquecimento de urânio do Irã visava, de fato, fins bélicos, ou se era parte de um esforço soberano por avanços na ciência, na saúde e na tecnologia”. A questão, a história não tem que dizer nada. A pesquisa nuclear para fins bélicos é problema do Irã, não justifica nenhum ataque.

Democracia?

Marques escreve que “no mesmo país que se autoproclama guardião da democracia mundial, temos assistido a cenas estarrecedoras: aviões lotados de imigrantes sendo deportados de forma indiscriminada; crianças separadas de seus pais; pessoas enviadas, sem devido processo legal, para a prisão de Guantánamo”.

Sim, é feio de ver, mas Biden já vinha fazendo. Em 2024, o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) removeu 271.484 imigrantes, a maior cifra desde 2014, superando Donald Trump, que em 2019 deportou cerca de 267 mil pessoas.

Quanto a Guantánamo, Obama, em sua campanha presidencial, prometeu fechar a prisão, que ele mesmo descreveu como um capítulo triste da história americana. No entanto, a promessa nunca foi cumprida.

Por ironia, Barack Obama foi laureado com o Nobel da Paz, a despeito de recrudescer a invasão ao Afeganistão e bombardear Iêmen e Paquistão.

Também foi no mandato de Obama que se revelou a espionagem da presidência brasileira, bem como a orquestração do golpe de 2016. O vice (talvez o verdadeiro presidente) era ninguém menos que Joe “Genocida” Biden.

Política nacional

Marques diz que, “enquanto isso, aqui no Brasil, assistimos a tentativa de um golpe contra o Estado Democrático de Direito ser gestada por quase dois anos – e levada a cabo em 8 de janeiro de 2023. Só não foi bem-sucedida porque, àquela altura, segundo seu próprio líder em depoimento ao STF, não havia ‘clima’, ou seja, porque a imensa maioria da sociedade civil e parte significativa da política se posicionaram contra”.

Como foi dito anteriormente, houve um golpe no Brasil antes do 8 de janeiro. Também não havia clima e, embora a reação do PT tenha sido em câmera lenta, muita gente saiu às ruas para impedir esse crime contra uma presidenta eleita democraticamente. Ainda assim, o golpe foi dado, como se costuma dizer, “com Supremo, com tudo”.

Oliveiros Marques alega que “operadores – intelectuais ou não – desse projeto golpista vivem no exterior, fugindo da Justiça brasileira, com ordens de prisão em aberto, ou ainda atuando fora do país para manter vivo o discurso autoritário e antidemocrático”.

O pior, no entanto, não é isso. Os golpistas de 2016 não são incomodados pela esquerda que, na verdade, até já fez amizade, e acredita que aqueles golpistas de outro dia são hoje os maiores defensores dos direitos democráticos, “a última linha de defesa da democracia”.

É preciso lembrar que os paladinos da democracia estão dando outro golpe, estão tentando tirar da próxima eleição Lula e Bolsonaro, os únicos candidatos que têm votos.

“Momentos históricos”

Oliveiros Marques, em seu último parágrafo, sustenta que “o que há em comum entre todos esses momentos da história? Em todos eles, a extrema-direita estava – ou ainda está – no poder. Seja com Bolsonaro, Trump ou Netanyahu, a fonte ideológica é a mesma: uma política de radicalização, autoritarismo e negação dos direitos humanos. É isso o que essa gente, quando no governo, de fato entrega: violência, ataques às instituições democráticas e desprezo pela dignidade humana”.

Quase dá para concordar com essa lista de nomes apresentadas pelo autor do artigo, bastaria acrescentar alguns nomes: Emmanuel Macron, Keir Starmer, Friedrich Merz.

O presidente francês disse que está disposto a ajudar o regime sionista a se defender das retaliações iranianas.

Neste 12 de junho, quinta-feira, o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) aprovou uma resolução inicial, apoiada por França, Reino Unido, Alemanha e EUA, declarando que o Irã estava em descumprimento de suas obrigações nucleares pela primeira vez em 20 anos.

Esses três países se posicionaram favoravelmente a ativar o mecanismo de “snap‑back” do Acordo Nuclear de 2015 (JCPOA), o que reativaria automaticamente as sanções da ONU. E também apoiaram o ataque criminoso dos sionistas contra o Irã.

Democracia x Fascismo?

Uma rápida olhada no que vem acontecendo no mundo demonstra que é uma fraude essa divisão que tentam fazer de “antes e depois de Trump”.

As ditas democracias são fascistas, estão colocando o mundo em guerra. Na Europa só se fala em rearmamento. É censura e repressão para todos os lados. O democrata Biden criou diversas coalizões militares para ameaçar a China; mas, segundo querem nos fazer crer determinados setores da esquerda, o problema é Trump.

O atual presidente americano pode ser direitista e que o mais desejarem, mas os seus homólogos “democratas” são ainda piores.

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Last Update: 15/06/2025