no A Terra É Redonda

A Europa caminha para a guerra

por Gilberto Lopes

O exército alemão deve estar preparado para a guerra com a Rússia até 2030, afirmou seu inspetor-geral, Carsten Breuer, numa entrevista publicada no jornal conservador Welt em 13 de março. Em 2029, a Rússia “seria capaz de um ataque convencional em grande escala, mesmo em território da OTAN”, acrescentou.

Ninguém pediu a Carsten Breuer mais detalhes, apesar de sua afirmação polêmica. Já em outubro do ano passado, o chefe do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND), Bruno Kahl, tinha insistido na ideia de que a Rússia estaria pronta para atacar os países da OTAN até o final desta década. Desde 2022, a OTAN considera a Rússia a maior ameaça imediata à segurança da Europa. Uma vitória russa no conflito da Ucrânia “seria uma tragédia”, na opinião do então secretário-geral da OTAN, o norueguês Jens Stoltenberg.

A imprensa europeia também não lhe pediu que elaborasse mais sobre uma afirmação desta magnitude. Já faz algum tempo que a maior parte da grande imprensa europeia repete a mesma história, deixando de fazer perguntas deste tipo.

“Uma guerra na Europa já não é impensável”, disse o ministro da defesa alemão, Boris Pistorius, quando o governo ainda estava nas mãos dos social-democratas liderados por Olaf Sholz. Mas Boris Pistorius, um belicista, continuará à frente da pasta no novo governo liderado pelos social-cristãos de Friedrich Merz, que já propuseram fornecer à Ucrânia mísseis Taurus para atacar a ponte da Crimeia.

Em novembro de 2023, Boris Pistorius anunciou o envio de dois batalhões de tanques para a Lituânia, enquanto Scholz aumentava o gasto militar para transformar a Alemanha na espinha dorsal da defesa europeia. O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou repetidamente a ideia de que seu país pretenda atacar os membros da OTAN. Isso é “um disparate”, disse, considerando que uma guerra contra a OTAN seria nada menos que uma guerra nuclear.

Fazer o impensável

Se na Europa são poucas as vozes que se ouvem refletindo sobre um discurso que tem ocupado os espaços oficiais, o mesmo não ocorre em todo o mundo. “A Rússia é realmente a principal ameaça para a Europa?”, pergunta o diplomata e acadêmico de Singapura Kishore Mahbubani, num artigo publicado em fevereiro na Foreign Policy.

Os europeus, disse Kishore Mahbubani, não conseguem ver a contradição evidente entre destacar a incapacidade da Rússia para derrotar a Ucrânia, um país com 38 milhões de habitantes e um PIB de cerca de 189 bilhões de dólares no ano passado, e declarar que a Rússia é uma verdadeira ameaça para a Europa, que tem 744 milhões de habitantes e um PIB de 27 trilhões de dólares.

Para Kishore Mahbubani, “já é tempo da Europa fazer o impensável”. Bruxelas “seguiu servilmente Washington durante muito tempo e esqueceu-se de como promover seus próprios interesses geopolíticos”.

Na opinião dele, a única forma de restaurar a posição geopolítica da Europa é considerar três opções até agora impensáveis. A primeira é a Europa anunciar sua vontade de abandonar a OTAN. Forçada a gastar 5% de seu PIB na defesa, “a Europa não precisa dos Estados Unidos. Em 2024, 5% do PIB da UE e do Reino Unido representavam 1,1 trilhão de dólares, mais do que os 824 bilhões de dólares gastos em defesa pelos Estados Unidos.

Sua segunda proposta é que a Europa elabore “um novo grande acordo estratégico com a Rússia, em que cada parte acomode os interesses fundamentais da outra”. Esta é uma opção antiga, que pareceu possível num determinado momento após a Guerra Fria. Falava-se de uma Europa unida, de Lisboa aos Urais, um cenário muito diferente do de uma Europa em confrontação com a Rússia, vista como sua ameaça fundamental.

Kishore Mahbubani refere-se a três líderes militares, diplomáticos e políticos europeus de destaque para ilustrar seu ponto de vista. Se Metternich (o hábil chanceler austríaco da primeira metade do século XIX, que articulou a resistência de seu país a Napoleão), Talleyrand (seu contemporâneo francês, um político proeminente que sobreviveu a várias alternativas políticas no período da Revolução Francesa), ou o general Charles de Gaulle (que liderou a resistência francesa aos nazistas e depois, mudando de posição, abriu uma via para acabar com a guerra colonial na Argélia) fossem vivos hoje, recomendariam esse acordo estratégico com a Rússia, afirma.

Isto leva-o a refletir sobre uma terceira opção. “Os europeus acreditaram tolamente que a fidelidade servil às prioridades geopolíticas dos Estados Unidos lhes traria grandes dividendos. Em vez disso, levaram um pontapé na cara”. É a China que, para ele, pode ajudar a União Europeia a lidar com “seu verdadeiro pesadelo geopolítico a longo prazo: a explosão demográfica na África”. Em 1950, lembra, a população da Europa era duas vezes superior à da África. Hoje, a população africana é o dobro da europeia, que enfrenta o desafio de uma migração que parece, por vezes, incontrolável.

Os acordos de Minsk, a geopolítica da paz

Nenhuma destas sugestões está na agenda de hoje. Em seu Livro Branco, publicado no mês passado, a Europa renunciou a qualquer iniciativa política. Optou pela estratégia de uma guerra inimaginável, a não ser que esteja disposta a acabar com a vida humana na Terra.

Uma Europa que parece, aliás, esquecer as consequências do rearmamento alemão no século passado, ou os objetivos da OTAN, definidos em 1949 por seu primeiro secretário-geral, o general britânico de origem indiana Hastings Ismay: “manter os russos fora, os norte-americanos dentro e os alemães em baixo”. Objetivos dos quais a OTAN parece estar mais longe do que nunca.

Uma paz duradoura requer uma compreensão correta da origem do problema. Não é uma tarefa simples porque qualquer análise tem, neste caso, implicações políticas. Em todo o caso, consideramos úteis os pontos de vista de dois importantes acadêmicos norte-americanos: o economista Jeffrey D. Sachs, diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia, e John Mearsheimer, professor de ciência política na Universidade de Chicago e analista internacional reconhecido.

Jeffrey D. Sachs relata uma experiência pessoal, após os protestos promovidos pelo Ocidente na Praça Maidan, em 2014, que levaram à deposição de Viktor Yanukovych. Eleito presidente da Ucrânia em 2010, Yanukovych era a favor da neutralidade da Ucrânia e opunha-se à ampliação da OTAN. “O novo governo pediu-me para ir a Kiev. Levaram-me a Maidan e aprendi muitas coisas em primeira mão”, disse Sachs num artigo – The geopolitics of peace – publicado no Consortiumnews em fevereiro passado.

A ampliação da OTAN começou em 1999 com a entrada de três países: Polônia, Hungria e República Checa. Na rodada seguinte, em 2004, aderiram mais sete países: os três Estados bálticos, Romênia, Bulgária, Eslovênia e Eslováquia. A ideia de Washington era que Ucrânia, Romênia, Bulgária, Turquia e Geórgia fizessem parte da OTAN. Isto neutralizaria a Rússia ao controlar seu acesso ao Mar Negro, transformando-a em pouco mais do que uma potência local.

Jeffrey D. Sachs lembra que não havia qualquer reivindicação territorial por parte da Rússia antes do golpe de Estado de 2014 na Ucrânia. Com a derrubada de Yanukovych, Moscou respondeu rapidamente, retomando a Crimeia e impedindo que sua base naval em Sebastopol caísse nas mãos da OTAN, algo inaceitável para os russos.

Para Vladimir Putin, com a destituição de Yanukovych, “tinha chegado o momento de atuar contra a Ucrânia e o Ocidente”. Putin agiu para dissuadir o novo governo de Kiev de alinhar-se com o Ocidente contra Moscou, fornecendo assessores, armas e apoio diplomático aos separatistas russos no leste da Ucrânia. Estava sendo negociada a autonomia política para Donetsk e Lugansk, em meio a uma virtual guerra civil que, já em maio de 2015, tinha deixado cerca de sete mil mortos.

Seguiram-se as negociações fracassadas de Minsk em 2014 e 2015, que procuravam estabelecer um estatuto especial para estas repúblicas. Posteriormente, as declarações da ex-chanceler alemã Angela Merkel, que, com o presidente francês François Hollande, deveria ser uma das garantidoras dos acordos, revelaram que nunca se negociou com a intenção de cumpri-los. O objetivo era ganhar tempo para reforçar militarmente a Ucrânia.

As tensões continuaram aumentando. Em 15 de dezembro de 2021, Vladimir Putin apresentou suas últimas propostas, diz Jeffrey D. Sachs: um projeto de acordo com os Estados Unidos e com a Europa. O objetivo da Rússia, afirmou, era manter os Estados Unidos afastados de sua fronteira. Não obteve qualquer resposta. Depois disso, Sachs acrescentou, “tive uma chamada telefônica de uma hora com o assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, implorando-lhe: – Jake, evite a guerra”. Jake Sullivan disse-lhe que ficasse tranquilo, pois não haveria guerra. Menos de dois meses depois, ficou claro que as garantias dadas a Jeffrey D. Sachs por Jake Sullivan não tinham fundamento.

Um erro trágico

O artigo de John Mearsheimer a que nos referimos foi publicado em agosto de 2014. Seis meses após a derrubada de Yanukovych e cinco meses após a anexação da Crimeia pela Rússia.

De acordo com a opinião predominante no Ocidente, disse John Mearsheimer, “a crise ucraniana pode ser atribuída quase exclusivamente à agressão russa. O presidente russo Vladimir Putin, segundo este argumento, anexou a Crimeia devido a seu desejo antigo de ressuscitar o império soviético”. “Mas esta versão está errada”, afirmou. “Os Estados Unidos e seus aliados europeus compartilham a maior parte da responsabilidade pela crise. A raiz do problema é a expansão da OTAN”. Tentaram, apesar dos avisos russos sobre o perigo de tal caminho. Uma opinião compartilhada por Sachs.

John Mearsheimer remete às declarações de um antigo e destacado diplomata norte-americano, George Kennan, sobre o assunto. Numa entrevista publicada em 1998, pouco depois do Senado dos Estados Unidos ter aprovado a primeira rodada de ampliação da OTAN, George Kennan disse: “Penso que os russos reagirão gradualmente de forma bastante adversa e isso afetará suas políticas”. “Penso que se trata de um erro trágico. Não havia qualquer razão para isso”.

Sua voz é agora um pouco frágil, diria Thomas Friedman, numa coluna no New York Times em maio de 1998, sobre George Kennan. “Mas sua mente, mesmo aos 94 anos, segue mais afiada do que nunca. Por isso, quando lhe telefonei para conhecer sua reação à ratificação pelo Senado da ampliação da OTAN, não me surpreendi que o arquiteto da contenção bem sucedida da União Soviética e um dos grandes estadistas norte-americanos do século XX tivesse uma resposta preparada”. “Penso que este é o início de uma nova guerra fria”, disse George Kennan a partir de sua casa em Princeton.

Relações EUA-Rússia, uma longa história

Em abril de 1951, em plena Guerra Fria, George Kennan escreveu na Foreign Affairs sobre o futuro das relações entre Estados Unidos e Rússia. Especulava sobre o tipo de parceria que poderia ser desenvolvida. Não se tratava apenas das mudanças que deveriam ocorrer na Rússia, mas também do comportamento dos Estados Unidos. Podemos exigir que se levante o sistema grotesco conhecido como Cortina de Ferro, dizia, “e que o povo russo, que tem tanto para dar e tanto para receber como membro maduro da comunidade mundial, deixe de ser insultado por uma política que o trata como uma criança, demasiado imatura para ter um contato normal com o mundo adulto”.

George Kennan nunca deixou de analisar estas relações, nem o cenário internacional. Sua obra parece-me particularmente relevante para analisar, pensar em alternativas, procurar soluções políticas para o conflito do Ocidente com a Rússia nos dias de hoje.

Não há grande risco em dizer que nenhum diplomata norte-americano (provavelmente também nenhum acadêmico ou político), pensou tão profundamente sobre as relações entre os dois países ao longo de quase 60 anos. Nenhum tampouco tinha o conhecimento e a paixão que George Kennan, um homem que falava russo, que viveu na Rússia e que admirava o povo russo com a mesma paixão com que condenava o governo de Stalin, tinha pelo assunto.

O mesmo que escreveu um dos mais influentes artigos de política internacional de seu tempo. O artigo – “The sources of soviet conduct” – assinado anonimamente como “X”, apareceu na edição de julho de 1947 da Foreign Affairs. Foi a base da política de contenção, um dos pilares da Guerra Fria. Depois de 40 anos, em 1987, na edição de primavera da mesma revista, Kennan voltou a analisar a natureza dessas relações num artigo intitulado “Containment then and now”.

Then” (em 1947), a União Soviética, exausta após uma guerra que lhe custara cerca de 20 milhões de mortos, não era uma ameaça militar, mas uma ameaça política. Era essa a visão de George Kennan. “Now” (40 anos depois, em 1987), a situação, de seu ponto de vista, era exatamente oposta. Moscou já não era uma ameaça ideológica ou política. Em vez disso, o aspecto militar era então de “importância primordial”.

Mas esclareceu: “Quando digo que este fator militar é agora de importância primordial, não é porque vejo a União Soviética ameaçando os Estados Unidos ou seus aliados com a força armada. É totalmente claro para mim que os dirigentes soviéticos não querem uma guerra conosco e não planejam iniciá-la. Em particular, nunca acreditei que fosse de seu interesse invadir militarmente a Europa Ocidental”. Na verdade, o que “precisa de ser contido, na minha opinião, não é tanto a União Soviética, mas a própria corrida armamentista”.

Já naquele momento, ele tratava das relações da Rússia com seus vizinhos etnicamente não russos, com os quais mantinha estreitas relações econômicas. Entre eles, os países bálticos, que hoje são particularmente russófobos. “Todos concordamos que os países bálticos nunca mais devem ser forçados, contra os sentimentos mais íntimos de seus povos, a estabelecer quaisquer relações com o Estado russo. Mas eles mesmos seriam insensatos se recusassem acordos de cooperação com uma Rússia tolerante e não imperialista, que desejasse realmente ultrapassar as memórias infelizes do passado”, afirmou George Kennan.

O lugar por onde passa a fronteira

A Ucrânia merece “pleno reconhecimento pelo gênio e capacidades peculiares de seu povo”. Mas a Ucrânia, acrescentou em 1951, “é economicamente tão parte da Rússia como a Pensilvânia é dos Estados Unidos”. E perguntava: “quem pode dizer qual deve ser o estatuto final da Ucrânia se não conhece o caráter da Rússia, à qual terá que se adaptar?”

“Há coisas mais importantes do que o lugar por onde passa a fronteira”, acrescentou, “e a primeira delas é que, de ambos os lados, deve haver tolerância e maturidade, humildade perante os sofrimentos do passado e os problemas do futuro”. “Nenhum dos problemas importantes do futuro, para nenhum dos povos da Europa, vai ser resolvido inteiramente, ou mesmo principalmente, dentro das fronteiras nacionais do país”.

O ódio ao russo

George Kennan morreu em março de 2005, com 101 anos. Não viu, portanto, o desfecho de um problema que percebia há 75 anos e que hoje se desenrola diante de nossos olhos. Para o ministro das relações exteriores russo, Sergei Lavrov, “é inaceitável falar com a Rússia numa linguagem de superioridade, como tenta fazer a União Europeia, referindo-se à aspiração de vários países europeus de enviar suas tropas para a Ucrânia”. Antes, em outra entrevista, já tinha apontado que “a Rússia não está lutando por território. Estamos lutando pelos direitos das pessoas que vivem nesses territórios”.

A Rússia anexou a península da Crimeia em março de 2014, um mês após a derrubada do governo ucraniano e dos protestos de Maidan. E após a invasão da Ucrânia em 2022, fez o mesmo com as províncias fronteiriças e com população majoritariamente de origem russa de Kherson, Zaporizhzhya, Donetsk e Luhansk, que têm sido palco de conflitos armados com as autoridades de Kiev desde 2014.

“Quando Volodymyr Zelensky reivindica as antigas fronteiras da Ucrânia, isso implica que pretende expulsar dali a população de origem russa?”, perguntou Lavrov numa entrevista publicada em 14 de abril no diário russo Kommersant. “Pretendem restaurar ali as antigas normas nazistas, obrigando-os a esquecer seu idioma, sua cultura e história e tudo o que a Rússia fez nesses territórios?” Do ponto de vista legal, de acordo com as leis ucranianas atuais, adotadas antes da operação militar russa, “tudo o que é russo está cancelado” na Ucrânia, acrescentou.

Volodymyr Zelensky afirmou, numa entrevista recente ao diário francês Le Figaro, que sua luta é motivada pelo ódio aos russos. Assim, nenhum acordo parece possível para resolver o conflito antes que o cenário militar seja clarificado; que uma das forças em confronto estabeleça uma superioridade que obrigue o inimigo a desistir de suas pretensões.

Ainda não é esse o caso e o fracasso da iniciativa norte-americana para conseguir um cessar-fogo e uma solução negociada demonstra isso. Em vez disso, o que vemos é um esforço renovado da União Europeia (hoje nas mãos das mais beligerantes forças russófobas, como a França e a Grã-Bretanha) para coordenar um apoio econômico e militar crescente a Kiev.

As atenções voltam-se agora para a Alemanha, onde um novo governo, ainda mais à direita, liderado pelo democrata-cristão Friedrich Merz, deverá tomar posse em 6 de maio. Friedrich Merz manifestou seu desejo de fornecer a Kiev mísseis Taurus, com um alcance de 500 km, capazes de atingir alvos no interior do território russo. Seu antecessor, o social-democrata Olaf Scholz, nunca quis entregar estes mísseis, que devem ser operados por militares alemães, ciente das consequências que isso pode ter. “Parto do princípio de que não queremos uma escalada do conflito, nem queremos fazer parte dessa guerra”, declarou Matthias Miersch, líder social-democrata que será agora um parceiro minoritário do Governo.

Para Friedrich Merz, no entanto, a Alemanha deve assumir “novamente sua responsabilidade na Europa e no mundo”. Novamente? “A que período histórico se refere Merz?”, perguntou a porta-voz do ministério das relações exteriores russo, Maria Zakharova.

A ideia de Friedrich Merz é que a Ucrânia tome a iniciativa no campo de batalha, em vez de permanecer na defensiva. Um alvo, que Kiev considera da maior importância política, seria a ponte de Kerch, que liga a península da Crimeia ao território russo. “Os líderes da França, Alemanha e Reino Unido, com seus slogans abertamente belicosos e com ameaças à Rússia, querem aferrar-se ao poder”, disse Lavrov. Se esta coalizão de vontades for liderada por algum líder são, “deveriam compreender que esta não é a forma de falar com a Rússia.

Caso contrário, manter-se-ão em pé de guerra sem qualquer ambiguidade. Essa é sua escolha”. “Dado que o disparo destes mísseis é impossível sem a assistência direta dos militares alemães, um ataque a qualquer instalação russa ou infraestrutura crítica de transporte será considerado como uma participação direta nas operações militares”, disse Maria Zakharova. A Alemanha é novamente um perigo para o mundo, alertou.

*Gilberto Lopes é jornalista, doutor em Estudos da Sociedade e da Cultura pela Universidad de Costa Rica (UCR). Autor, entre outros livros, de The end of democracy: a dialogue between Tocqueville and Marx (Editora Dialética) [https://amzn.to/3YcRv8E]

Tradução: Fernando Lima das Neves.

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Last Update: 09/05/2025