
O presidente Lula (PT) e aliados do governo planejam trabalhar para que partidos de centro e direita da base, como União Brasil, PP, Republicanos, PSD e MDB, adotem postura neutra nas eleições de 2026.
A estratégia visa evitar o apoio formal dessas legendas a um eventual candidato bolsonarista, mesmo que coligações adversárias sejam formadas. O foco também está em conquistar apoios regionais, fundamentais para fortalecer o palanque petista. Com informações da Folha.
Essas siglas ocupam atualmente 11 ministérios e são decisivas para garantir a governabilidade do chefe de Estado no Congresso. No entanto, o cenário político mudou com a queda de popularidade do presidente e a relação desgastada com o Legislativo.
Para interlocutores do Planalto, conquistar a neutralidade dessas legendas já será uma vitória, repetindo a estratégia do segundo turno de 2022, quando nenhum dos cinco partidos apoiou formalmente o mandatário, mas alas internas ajudaram na campanha.
Simone Tebet (MDB), por exemplo, se uniu ao petista após disputar o primeiro turno e hoje integra o governo como ministra do Planejamento.

Mesmo com manifestações de oposição em parte desses partidos, lideranças continuam próximas ao governo. No MDB, Helder Barbalho, Renan Calheiros e a própria Tebet devem seguir com Lula.
No PSD, o ministro Alexandre Silveira e nomes como Rodrigo Pacheco e Eduardo Paes são vistos como aliados. Já no Republicanos, o ministro Silvio Costa Filho também é dado como certo no palanque petista.
No PP, o ministro André Fufuca e até Arthur Lira, apesar das críticas ao Executivo, evitam rompimentos. No União Brasil, o apoio mais aguardado é de Davi Alcolumbre, presidente do Senado, além dos ministros Celso Sabino e Juscelino Filho.
Lula estuda se reunir com líderes dessas legendas para tratar das eleições. A ministra Gleisi Hoffmann tem articulado encontros com dirigentes partidários e deve apresentar a proposta ao presidente. Nos bastidores, partidos como União Brasil e PP já sinalizam apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas Bolsonaro, inelegível e ainda sem definição de apoio, continua sendo a principal incógnita para 2026.