
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, está articulando uma estratégia para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva libere ministros e integrantes do governo que desejem disputar as eleições de 2026. Segundo aliados, a petista defende que é necessário mobilizar todos os quadros do campo democrático para enfrentar candidaturas da extrema-direita no Congresso Nacional.
A ideia de Gleisi é que Lula permita que os ministros com potencial eleitoral se descompatibilizem no prazo legal para disputar cargos legislativos. A ministra já avisou a interlocutores que deve deixar o cargo em abril do próximo ano para concorrer novamente a uma vaga de deputada federal pelo Paraná.
Nas eleições de 2022, Gleisi obteve mais de 260 mil votos e foi a 13ª deputada mais votada da Câmara. Agora, a meta definida por sua equipe é alcançar cerca de 300 mil votos, o que poderia garantir não apenas sua eleição, mas também a de até dois aliados no estado.

A articulação inclui conversas com líderes partidários para fortalecer a base governista no Legislativo. Gleisi tem defendido que a presença de ministros e lideranças do governo nas disputas eleitorais é fundamental para ampliar a bancada do campo progressista.
Paralelamente, a ministra também cobra avanços em processos como a cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que enfrenta questionamentos jurídicos no Congresso. Ela sustenta que não cabe apenas à presidência da Câmara a responsabilidade de pautar esses temas.
O movimento reforça o protagonismo de Gleisi nas estratégias eleitorais do PT e sua disposição em retornar à Câmara como uma das principais puxadoras de votos no Paraná. A decisão de Lula sobre liberar ou não ministros para concorrer deve ser tomada até o início de 2026, em meio às negociações políticas para a formação de chapas em todo o país.