O bolsonarismo nunca se estruturou em partido, mas contaminou as bases do Centrão. Agora, a aliança se esgarça: os partidos querem os votos de Jair Bolsonaro (foto/reprodução internet), não sua liderança. Ele, por sua vez, precisa da proteção deles, mas sem abrir mão do comando. O impasse se agravou com os áudios da Polícia Federal e o “tarifaço” de Eduardo, que elevaram o custo do apoio e expuseram a instabilidade do clã. Bolsonaro mostra-se desgastado, guiado mais pelo instinto de autopreservação do que por cálculo político. Para a direita, a lição é clara: não há tempo a perder em torno de um líder imprevisível. Mas o divórcio precisa ser cuidadoso, evitando que ele radicalize ao ponto de pregar a abstenção, abrindo caminho para a reeleição de Lula. O desafio é administrar a separação sem romper com seu eleitorado fiel.
