O novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, tomou posse nesta terça-feira, 14, em uma cerimônia no Palácio do Planalto que uniu um balanço do passado e promessas de um horizonte diferente na comunicação do governo.
O presidente Lula (PT) e o agora ex-ministro Paulo Pimenta estavam entre os presentes. Para Pimenta, o momento foi de admitir limitações; para Sidônio, de assumir desafios — e antecipando uma mudança de tom nas trincheiras pela opinião pública.
Pimenta, em tom de balanço, relembrou os duros tempos do PT antes da volta ao Planalto e celebrou feitos da pasta — por exemplo, o enfrentamento aos atos golpistas de 8 de Janeiro. O mea culpa, porém, foi claro. “O presidente tem razão ao querer uma sacudida na comunicação do governo. Reconheço que sempre tive carta branca para trabalhar, e as limitações do trabalho da Secom devem ser creditadas a mim, enquanto os méritos pertencem à equipe”, afirmou.
O ex-ministro se despediu da Secom com um prognóstico otimista sobre o futuro. “Com a qualidade do Sidônio e o time que ele está montando, faremos o necessário para que todos os brasileiros percebam as mudanças em curso”, pontuou. “Não podemos esquecer por que ganhamos, que governamos para todos, mas com um compromisso especial com os mais pobres. É por eles que chegamos até aqui.”
Já Sidônio, o homem da vez, abriu seu discurso com uma pincelada pessoal: não havia planejado uma carreira política e tampouco está acostumado aos trajes formais do. “O que me trouxe até aqui foi a força que me fez contribuir nas eleições de 2022, as mais importantes da história do País, e a determinação de estar do lado certo da história.”
Mas se o marketing eleitoral foi sua credencial, o marqueteiro sabe que o embate agora é outro. A percepção popular, ele admite, não reflete os avanços do governo nos indicadores econômicos e sociais.
“A mentira fomentada pela extrema-direita cria uma cortina de fumaça sobre a vida real, manipula inocentes e ameaça a humanidade. Esse movimento aprofunda o negacionismo, a xenofobia e as violências raciais e de gênero. Promove ainda um revisionismo histórico sob a regência do charlatanismo político, que promete prosperidade imediata e pavimenta a cultura do ódio e do individualismo”, afirmou.
O novo ministro defendeu ainda a regulamentação das plataformas digitais, voltando a artilharia contra a Meta, dona de Facebook e Instagram. “As mudanças anunciadas pela Meta afrontam direitos fundamentais e a soberania nacional, promovendo um faroeste digital. Buscaremos incentivar os processos regulatórios”, garantiu. O diagnostico não é novo, mas o remédio depende de imensa vontade política para sair do papel. O Congresso não parece disposto a avançar, deixando a bola para o Supremo Tribunal Federal.
Sidônio também propôs uma comunicação mais conectada às transformações da sociedade brasileira. “O trabalho não é mais o mesmo, os sonhos das pessoas mudaram, e uma comunicação eficaz deve dialogar com os múltiplos países que existem dentro do nosso País.”