A saída de Carlos Lupi (PDT) do Ministério da Previdência, na última quinta-feira, dia 1º de maio, foi mais uma etapa do processo de demolição do governo Lula por parte dos setores da direita. Apesar de ter sido noticiado como uma renúncia de cargo, a realidade é que Lupi foi derrubado por se opor à destruição da aposentadoria. Mesmo sendo uma figura muito direitista, o mínimo exemplo de progressismo de Lupi foi suficiente para fazê-lo cair do cargo.

O fato ajuda a compreender o que está em jogo na política nacional: um verdadeiro golpe da direita contra os trabalhadores.

A direita já toma conta de uma parte muito significativa do governo Lula. A primeira manobra foi ter conseguido emplacar Geraldo Alckmin como vice e ter colocado uma série de ministros da direita, como Marina Silva, Simone Tebet e até mesmo os que se apresentam como de esquerda, mas têm políticas direitistas, com grande destaque para Fernando Haddad, com sua política econômica devastadora. São esses e vários outros elementos que atuam de forma orquestrada pela burguesia para desmoralizar o governo perante os trabalhadores.

Ao longo dos anos foram vários casos de indisposição do governo com a população, como no caso das mudanças no pix e as restrições aplicadas nos benefícios por Haddad.

A derrubada de Lupi é uma iniciativa da burguesia para destruir a previdência, um dos direitos mais importantes do povo e que é cada vez mais restrito. Isso faz parte do programa político que a direita quer implementar a qualquer custo, mas que ainda enfrenta algumas dificuldades.

Em 2026, é provável que tenhamos um governo tão fraco que Lula sequer será candidato — ou, se for, estará totalmente controlado pelos capitalistas. Caso ele dispute e vença, mesmo enfrentando a oposição do capital, ainda assim será um governo enfraquecido, sem condições reais de enfrentá-los.

A hipótese mais provável é que a burguesia não quer mais um governo paralisado como o atual. O que ela deseja, na verdade, é um governo que avance brutalmente contra os direitos do povo brasileiro: liquidar o que restou da previdência, destruir os direitos trabalhistas, privatizar o que ainda falta privatizar e aplicar um programa de terra arrasada — semelhante ao que Milei está implementando na Argentina, e que tem sido elogiado pelos capitalistas brasileiros e internacionais.

Estamos diante de uma grande manobra da burguesia contra os trabalhadores. Se for vitoriosa, será o maior desastre de toda a história do país.

Enquanto isso, a maioria da esquerda tenta ocultar a crise dizendo que o governo vai bem e a economia, melhor ainda. Ao mesmo tempo, esse setor da esquerda defende todo tipo de aliança para “manter o governo” – o que claramente não está mantendo nada –, inclusive com o Judiciário golpista. Essa aliança com os setores ditos “democráticos” da burguesia é o que leva à total desmoralização do governo. Os “democratas” do PSDB, MDB, junto do STF e o Judiciário, são os braços da burguesia para implementar o neoliberalismo feroz.

A esquerda deveria estar discutindo o problema dessa manobra. Não defender aliança com os vampiros ligados aos banqueiros. Para tirar a extrema-direita do cenário político, essa confusão da esquerda fortalece justamente esses bandidos da direita.

E, ao fingir que as coisas estão indo bem, a esquerda se prepara para cair numa grande arapuca que pode resultar num governo muito direitista que vai esfolar a vida dos trabalhadores.

Se os nossos “democratas” como Alexandre de Moraes e a direita tradicional do PSDB forem vitoriosos, será uma derrota colossal para os trabalhadores e o início de um período de ataques cada vez mais tenebrosos. Se não mudar essa política, o que ainda há de esquerda dentro do PT e outros partidos, serão varridos da política nacional.

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Last Update: 04/05/2025