A chamada “liquidez mental” – conceito popularizado pelo sociólogo Zygmunt Bauman (foto/reprodução internet) — consiste na habilidade de rever opiniões à luz de novos fatos e deveria ser uma virtude central no debate público e científico. Mas é rara. Mudar de ideia exige mais que lógica: demanda humildade, desapego e força emocional para contrariar o próprio ego. O caso de Einstein é exemplar. Inicialmente resistente à mecânica quântica por desafiar seu ideal de um universo determinista, foi ele, mais tarde, quem indicou ao Nobel os físicos que consolidaram essa mesma teoria. Em silêncio, reconheceu seu erro. Liquidez mental não é fraqueza, mas sinal de inteligência madura — justamente por ser difícil, é também admirável. Ah se nossos políticos tivessem essa coragem!
