
Elias Jabbour, um dos principais estudiosos brasileiros da Nova Rota da Seda e do modelo chinês de desenvolvimento, falou ao DCM de eventuais sanções de Brasil e China a Israel.
Jabbour defende que a China atua dentro da lógica do capitalismo global, mas com uma estratégia estatal voltada à construção de um sistema econômico socialista de longo prazo:
Minha vontade é que a China e o Brasil rompam relações com Israel. Mas vontade, na política, nunca pode contar. Romper relações não é trivial quando existem dezenas de meios de tomar partido em uma contenda.
A China não é governada por crianças birrentas de correntes políticas pequeno-burguesas, e não é a URSS. A China é parte do sistema capitalista mundial. Deng Xiaoping não é Kruschov (que comparação!). Muito menos Xi Jinping é um Kruschov.
A China participa ativamente do isolamento internacional de Israel. Façam o cronograma de todos os passos do país desde o início do conflito. Todos os passos.

Seu “internacionalismo proletário” não vai acontecer financiando guerrilhas falimentares na periferia. Isso pode até parecer bonito, mas não resolve o problema de ninguém.
O que ela faz é abrir seu imenso mercado aos países mais pobres do mundo e investir em valores de uso na criação e unificação de mercados internos, locais e regionais, mundo afora. Inclusive no Irã.
Vejamos a posição mundial do Sul Global antes e depois de a China se tornar a segunda economia do mundo. E vamos projetar isso para os próximos anos, observando se isso é bom ou ruim para os EUA e para Israel.