Nesta terça-feira (6), o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) anunciou que Iahia Sinuar é o novo líder do birô político do partido palestino. Sinuar substitui Ismail Hanié, assassinado por “Israel” na madrugada da última quarta-feira (31) em sua residência em Teerã, no Irã. Hanié havia acabado de participar da posse do novo presidente do país persa.
Sinuar nasceu em 1962 no campo de refugiados de Khan Yunis, e se tornou o líder do Hamas na Faixa de Gaza, cargo ocupado por Ismail Hanié até 2017. Sinuar é responsável pela operação Dilúvio de al-Aqsa, a ofensiva da resistência armada palestina ocorrida em 7 de outubro de 2023 que representou o maior golpe contra o Estado genocida de “Israel” da história.
Sinuar fez um discurso logo após a vitória da resistência armada palestina na Batalha da al Quds. Quando em 9 de maio de 2021, as Brigadas Izz al Din al-Qassam, o braço armado do Hamas, realizaram uma operação contra o regime israelense por conta da agressão sionista aos palestinos no bairro de Xeique Jarra, em al-Quds (Jerusalém). Os grupos de resistência em Gaza, principalmente o Hamas e a Jiade Islâmica, dispararam mais de 4.000 foguetes contra os territórios ocupados por “Israel” durante a guerra de 11 dias.
“Ó Alá, quebre sua força através de nós. Ó Alá, derrube sua bandeira através de nós. Ó Alá, humilhe seus líderes através de nós. Ó Alá, tire seu poder através de nós. Ó Alá humilhe seu governo através de nós. Ó Alá, realize através de nós o Seu decreto sobre eles de destruição e ruína. Ó Senhor dos mundos, realize através de nós os desejos do nosso povo de retorno e libertação, e de orar em al-Aqsa, livre e purificado. Ó melhor dos protetores e melhores dos ajudantes, cure através de nós os corações de um povo crente”
Um dos motivos para os palestinos atacarem “Israel” desta vez foram as várias incursões feitas pelos militares e colonos israelenses na mesquita de al-Aqsa no Ramadã. Os palestinos acreditam que a Batalha da Espada de al-Quds uniu as suas fileiras. Durante a guerra de 11 dias, todas as organizações palestinas, armadas ou não, na Faixa de Gaza trabalharam em conjunto através da Câmara Conjunta de Operações Militares.
Os sionistas foram obrigados a deixar o campo de batalha. Uma matéria publicada pela Fronteira Latina um dia após o ataque palestino dá conta de que: “a intensidade e o alcance dos lançamentos surpreenderam os israelenses. Só nas primeiras horas do conflito, a Resistência lançou 470 foguetes contra alvos israelenses. Enquanto em 2012 e 2014, os palestinos dispararam 312 e 192 foguetes, respectivamente, no primeiro dia das guerras”.
Ainda segundo o Fronteira Latina, os mísseis do Hamas adentraram locais nunca antes atingidos, atravessando o Domo de Ferro. Pela primeira vez, as cidades de Telavive, Ascalão, Al-Lad, Dimona e al-Naqab e outros assentamentos foram alvo de ataques da Resistência.
A Batalha da Espada de al-Quds foi algo muito parecido com a Operação Dilúvio de Al-Aqsa. A vitória da batalha pelos palestinos deu ânimo às tropas. “Israel”, que parecia ser invencível, foi obrigado a aceitar um cessar-fogo e recuar diante da resistência armada palestina.
Segundo a Al Mayadeen, um ano após a batalha, as organizações da Resistência afirmaram que a batalha mudou a equação e estabeleceu novas regras de combate, bomba por bomba e sangue por sangue. “A ocupação deve saber que a nossa resposta a qualquer tolice que cometa contra qualquer um dos líderes será catastrófica, e as suas repercussões irão além das fronteiras da Palestina”