O ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem e o ex-presidente Jair Bolsonaro Foto: Adriano Machado/Reuters

A Polícia Federal intimou o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), para prestar depoimento na próxima quarta-feira (17). Ramagem é investigado por suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dos Três Poderes. O depoimento acontecerá na superintendência da PF no Rio de Janeiro, e servidores da Abin também serão ouvidos na mesma semana.

A PF busca esclarecimentos do bolsonarista sobre elementos descobertos durante a Operação Última Milha. Durante a investigação, os agentes encontraram no computador de Ramagem um áudio de 1h08, possivelmente gravado por ele, no qual o então presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e possivelmente a advogada do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discutem supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal.

Esses auditores elaboraram um Relatório de Inteligência Fiscal que deu início à investigação contra Flávio Bolsonaro, conhecido pelo caso da rachadinha.

Os investigadores acreditam que o áudio sugere o uso da estrutura da Abin para retaliar os auditores que investigaram Flávio. Além disso, a PF encontrou mensagens entre Marcelo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar, que mencionam ordens ilegais de alguém referido como “mestre” ou “chefe”.

Ramagem entre Carlos e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ambos trabalharam na Abin durante a gestão de Ramagem e foram presos na fase mais recente da operação, realizada na última quinta-feira (11). As provas indicam que “mestre” possivelmente se refere ao ex-diretor e que as ações clandestinas visavam obter vantagens políticas por meio de ataques a opositores, instituições, sistema eleitoral e outros alvos.

Em resposta às acusações, Ramagem postou nas redes sociais negando qualquer irregularidade durante sua gestão na Abin. Ele afirmou que o sistema israelense FirstMile, contratado pela Abin, não foi utilizado para monitoramentos ilegais e que as autoridades citadas não foram espionadas.

“A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin”, explicou.

Por fim, o deputado bolsonarista também criticou os investigadores, alegando que eles “desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Categorizado em:

Governo Lula,

Última Atualização: 12/07/2024