Integrante da direção nacional do PSDB, o deputado federal Aécio Neves (MG) lamentou a migração do agora ex-tucano Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, para o PSD. O ato de filiação ocorreu nesta sexta-feira 9, em São Paulo, e reuniu lideranças da sigla comandada por Gilberto Kassab.
Em nota, Aécio afirmou que a nova legenda de Leite não tem dificuldade de participar simultaneamente de “governos bolsonaristas e petistas”. Na avaliação do mineiro, essa postura se diferencia da identidade do PSDB, que teria construído sua trajetória defendendo posições com “coerência e sem medo de desafios”.
“A vida é feita de escolhas e Eduardo fez a sua, que respeito, apesar de discordar, pois ocorre exatamente no momento em que o PSDB se fortalece com a provável fusão com o Podemos e com uma possível federação com outros partidos de centro para voltar a liderar um projeto nacional longe dos extremos que têm monopolizado a política nacional”, diz o texto.
Embora tenha sua história entrelaçada à da redemocratização no Brasil, o PSDB não tem empolgado os eleitores e discute uma fusão com o Podemos em busca da sobrevivência política. Com a saída de Leite, o partido se soma ao Novo e ao Solidariedade no ranking de partidos com apenas um governador. O PSD, por outro lado, atinge a terceira colocação, com quatro.
A situação dos tucanos ainda pode piorar, já que a sigla corre o risco de ficar sem nenhum governador — Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, negocia um desembarque da legenda.