
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) passaram a temer uma espécie de “morte digital” do ex-presidente, caso ele seja proibido de usar as redes sociais, mesmo que seja colocado em prisão domiciliar. A preocupação cresceu nas últimas semanas, com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) adotar medidas cautelares semelhantes às que já foram aplicadas a outros réus da trama golpista.
“Moraes criou o exílio virtual. Vão tentar silenciar o Bolsonaro nas redes, matá-lo civilmente”, afirmou um interlocutor do ex-capitão com trânsito no meio jurídico, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
O ministro Alexandre de Moraes já determinou o afastamento das redes em casos como o da cabeleireira bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça em frente ao prédio do STF, condenada a 14 anos por crimes semelhantes aos que pesam contra Bolsonaro.
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O receio entre os bolsonaristas é que o Supremo antecipe restrições antes mesmo de uma eventual condenação, especialmente após o acirramento com a Corte provocado pelas articulações entre o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governo Trump, que levaram Moraes a abrir um inquérito por coação contra o parlamentar.
Bolsonaro prestará depoimento na próxima quinta-feira (5) e já admitiu que paga as despesas do filho nos Estados Unidos, o que, segundo seus aliados, pode ser usado para acusá-lo de cumplicidade. Há expectativa de que, após o depoimento, Moraes possa adotar novas medidas, como bloqueio de bens ou o veto ao uso das redes sociais.
Para Bolsonaro, essa possível proibição representa um risco grave. Com 13,9 milhões de seguidores no X e 26,6 milhões no Instagram, ele transformou as redes em seu principal instrumento político. Segundo aliados, perder esses canais pode ser mais prejudicial do que a prisão em si.