
O prefeito do Recife, João Campos, 31, foi empossado neste domingo (1.º) como novo presidente nacional do PSB, em Brasília, sob aplausos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, Geraldo Alckmin. A sigla, que ocupa a Vice-Presidência da República e dois ministérios, passa agora a ser comandada por um dos principais expoentes da nova geração de esquerda.
Herdeiro político de Eduardo Campos e do ex-governador Miguel Arraes, João celebrou a “mudança geracional” no partido, mas enfatizou continuidade: “É preciso entender que partido existe para ter representatividade, mas também para vencer eleições. Nossa aliança com Lula e Alckmin foi fundamental para consolidar a democracia.”
Alckmin retribuiu o gesto ao agradecer a presença de Lula no ato — prática rara entre presidentes da República em convenções alheias. “É uma honra ser companheiro de trincheira do presidente Lula na defesa da democracia”, declarou, reforçando a imagem de coesão da coalizão governista.
Ao mirar 2026, o novo comandante pessebista fincou posição: “Unidos, estaremos defendendo seu nome na chapa nacional. Essa é uma prioridade para todos nós”, disse a Alckmin, sinalizando que o PSB trabalhará para manter a dobradinha com o PT na próxima eleição presidencial. Nos bastidores, Campos já informou a Lula que a manutenção do vice é “prioritária”.
Entre os desafios imediatos, o pernambucano promete ampliar a bancada socialista (hoje com 14 deputados), recuperar o governo de Pernambuco e articular “força nas ruas e nas urnas” para barrar o avanço da extrema-direita. Reeleito prefeito com 78 % dos votos, Campos lidera hoje as pesquisas para o Palácio das Princesas, mas ainda não decidiu se deixará o Recife em 2026.

O evento teve episódio de tensão quando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi recebido aos gritos de “sem anistia” por militantes contrários ao perdão dos golpistas de 8 de janeiro. Motta elogiou “os quadros do PSB”, citou Alckmin como exemplo de diálogo e justificou a ida como “gesto de gratidão” à bancada socialista — sinal de que João Campos já coloca o partido no centro do tabuleiro que decidirá o próximo ciclo de poder em Brasília.